Apesar da beleza natural conferida pelo rio Ceira e as Serras da Lousã e Açor que lhe permitem alguma atratividade turística, o concelho de Góis enfrenta problemas como o despovoamento e envelhecimento da população. Contudo, a Câmara Municipal encontra-se a tomar medidas, para além dos recursos limitados.
Rui Sampaio, presidente da Câmara Municipal de Góis, aponta que uma das ideias cruciais para o combate à diminuição da população ativa de Góis é a criação de novos postos de trabalho, tais como o já existente centro de Co-working, que a população em regime de teletrabalho poderá frequentar gratuitamente. Realça ainda a tentativa futura da criação de uma zona industrial, permitindo assim uma maior criação de postos de trabalho.
A tentativa de melhoria de qualidade de vida da população por parte da Câmara Municipal, vai desde a implementação de um transporte flexível – uma das ações mais bem recebidas pela população – “Uma senhora sem transporte pessoal e o não tendo acesso a transportes públicos, poderá contactar-nos previamente para a solicitação de um transporte a pedido que ficará à responsabilidade da Câmara Municipal, tendo apenas de nos informar sobre os horários pretendidos e a viagem terá apenas um valor simbólico”. A inexistência de autoestradas e/ou outros itinerários complementares, reforça esta falta de acessos referida, sendo também apontada como uma das causas para o despovoamento da mesma.
Rui Sampaio reforça ainda que existe um apoio para as famílias jovens com filhos que habitam a Vila, nomeadamente apoio a famílias refugiadas de cenários como a guerra, é mais um investimento por parte da Câmara Municipal de Góis. Acerca deste último, Rui Sampaio refere “Desde a explosão da guerra da Rússia contra a Ucrânia já acolhemos cerca de 26 pessoas de origem ucraniana”. Esta atitude torna Góis um território inclusivo, o que faz com que seja procurada por casais, maioritariamente de origens britânicas, para compra de propriedades e refugio do ambiente urbano dado a paz que se encontra neste local.
Contudo, e apontado como um fator negativo, o difícil acesso a postos de saúde, constitui uma dificuldade para a fixação de pessoas nesta região. “As pessoas que têm médico de família em Lisboa ou no estrangeiro, por serem ex-emigrantes, optam por não trocar de residência”, refere Rui Sampaio. Outro aspeto negativo é a falta de postos de trabalho que suscite interesse aos jovens da região, a isso estaria atrelado a falta de opções educativas, o que leva a locomoção dos jovens que procuram melhores áreas de trabalho e melhor qualidade do mesmo.
Um dos aspetos que mais preocupa a população e onde a Câmara Municipal investe é na prevenção dos incêndios. Em 2017 um grande fogo florestal atingiu a zona da região de Góis. A partir desta data houve uma maior preocupação de prevenir esses desastres naturais, a partir da criação de postos de vigilância para prevenção de fogos, mantendo-se esta medida até hoje.
Em suma, o executivo Municipal está atento e procura tomar medidas de acordo com os seus recursos e competências para tornar Góis um território mais atrativo para a população, no entanto a tendência de despovoamento não parece estar a ser revertida.