Um problema emerge dos bastidores da produção agrícola; a poluição plástica.
A utilização do plástico na agricultura é muito vasta, desde sementes que têm um revestimento de plástico, alguns fertilizantes, tubos de rega e coberturas de plástico usadas para manter a temperatura do solo e impedir o crescimento de outras plantas que podem afetar as culturas.Os plásticos utilizados na agricultura e posteriormente descartados no meio ambiente, podem sofrer fissuração superficial, esmagamento e outras alterações morfológicas, formando partículas microplásticas. Devido ao pequeno tamanho das partículas sob o efeito da radiação, temperatura e turbulência da água, os microplásticos migram, longas distâncias sob a ação do vento e do escoamento superficial.Os professores do Instituto Superior de Agronomia (ISA) referiram que são as micropartículas de plásticos que constituem o maior risco para a saúde, ao serem absorvidas, através de águas contaminadas, podendo infiltrar-se na corrente sanguínea, sistema linfático e ficarem alojadas no fígado.Também reportaram que os principais impactos nos ecossistemas englobam a exposição a produtos químicos que fazem parte da composição dos plásticos. Os plásticos alteram as propriedades do solo, sendo a ecotoxicologia dos microplásticos do solo uma área de investigação em expansão. Há evidências de que os microplásticos podem ter impactos variáveis (positivos e negativos) nas comunidades microbianas e propriedades físico-químicas do solo, dependendo do tamanho das partículas e do nível de exposição.
Alguns estudos indicam que a presença de microplásticos pode diminuir o número, a diversidade, o movimento e a taxa de reprodução dos microrganismos do solo e aumentar a atividade microbiana. Em casos de elevada concentração de microplásticos as características do solo podem sofrer alterações tão relevantes que podem provocar redução do crescimento radicular e absorção de água e nutrientes. A contaminação dos cursos de água próximos é outro dos grandes problemas, podendo em casos de grande concentração passar para a cadeia alimentar. Um dos poucos impactos positivos da presença de microplásticos passa pela absorção de
outros contaminantes do solo que podem estar presentes, como metais pesados e poluentes orgânicos.
Os plásticos são encontrados em todos os lugares, desde os campos agrícolas até os leitos dos rios e os oceanos, afetando ecossistemas aquáticos em todo o mundo. Segundo os professores do instituto superior de agronomia os impactos causados pelos plásticos nos ecossistemas aquáticos, dependem do tipo e tamanho destes e dos organismos que os encontram. Considerando que até ao momento 80% do lixo é plástico, (embora uma reduzida percentagem tenha origem na utilização na agricultura).O problema do plástico na agricultura não é recente, mas tem se agravado nas últimas décadas com o aumento da produção agrícola e da utilização de plásticos para melhorar os processos de cultivo e colheita.
Podemos ver por fim que sim, microplásticos produzidos devido ao plásticos utilizados na agricultura de lezíria ribatejana são encaminhados pelo Rio Tejo para os ecossistemas marinhos de cascais.
Assim a redução dos impactos dos plásticos, passa em primeiro lugar pela redução na utilização destes artigos descartáveis de plástico são o maior grupo único de resíduos encontrados nas margens do mar marinho.
Procurar novas técnicas e métodos que permitam a substituição dos plásticos nas práticas agrícolas.Substituir os plásticos não biodegradáveis por biodegradáveis.Todo este processo pode exigir instrumentos políticos, o desenvolvimento de capacidades e o envolvimento de atores interdisciplinares, incluindo o governo,o setor privado, a academia e a sociedade civil. Os governos precisam considerar incentivos financeiros que compensam a redução da produtividade e as mudanças nos subsídios que favoreçam a monocultura intensiva orientada para a exportação e o uso de produtos químicos. As políticas também devem desincentivar produtos ou práticas insustentáveis com, por exemplo, impostos sobre plásticos não biodegradáveis e à base de combustíveis fósseis. Outro fator importante passa pela implementação de políticas agrícolas mais responsáveis. As Nações Unidas (2021) reconhecem a importância de uma abordagem holística para a produção de alimentos que valorize a conservação
dos ecossistemas.
A produção de alimentos de forma sustentável é caracterizada por um uso regenerativo, não esgotante e não destrutivo dos recursos naturais. Baseia-se na gestão do ambiente e da biodiversidade como base nos serviços do ecossistema.
É essencial reduzir o uso de plásticos na agricultura e adotar práticas agrícolas mais sustentáveis que são os passos essenciais para diminuir esses impactos e proteger a saúde dos ecossistemas aquáticos.
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