“O trabalho do escuteiro começa em casa”: é ao tomar a natureza e o mundo como a nossa casa que começamos a cumprir a nossa tarefa de torná-la um pouco melhor.
A tarde foi prosseguindo enquanto os escuteiros, munidos de luvas, sacos de lixo e dedicação, caminhavam pelas margens da ria. De sacos de plástico a pneus velhos, de sapatos a pedaços de cartão, de máscaras a garrafas de todo o tipo – todo um conjunto de detritos acumulava-se pelas margens, uma lembrança do quão necessário é mudar as atitudes e os comportamentos. Estas condições encontram-se um pouco por todos os corpos de água, na região, em Portugal, no mundo – o que coloca claramente perante nós a necessidade de toda uma revolução nas ações humanas: efemérides que muitas vezes tomamos como simbólicas, como o Mês do Mar, novembro, têm de tornar-se em chamadas para a ação.
Enquanto já escurecia, os escuteiros acabavam esta atividade, satisfeitos com o resultado: 76 kg de lixo foram recolhidos. No entanto, e sem minimizar qualquer ação que, no aqui e agora, é tomada, precisamos de nos lembrar que, nos anos recentes, a humanidade tem produzido 450 milhões de toneladas, ou seja, 450 bilhões de kg de resíduos. Contra este amontoamento colossal, vão ser precisos muitos escuteiros, e muito mais que muitos escuteiros.
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