Atualmente, em Portugal, votar é um direito e um dever cívico, para os cidadãos maiores de dezoito anos, independentemente do género. O processo de votação é fundamental para o bom funcionamento da democracia, pois permite que os cidadãos escolham, através do seu voto, os representantes dos órgãos do poder, tanto do poder central como do poder local.
Mas, nem sempre foi assim.
Nas muitas e longas conversas que tenho com a minha avó. Sempre interessantes. Registe-se. A mais recente interessou-me de sobremaneira. Vá-se lá saber por que razão!
Talvez, porque vai haver eleições legislativas, brevemente.
Talvez, porque na escola andámos já em preparativos para as comemorações do cinquentenário da Revolução do 25 de Abril de 1974. E a minha avó, apesar de, para mim ser uma jovem, viveu, sentiu e aplaudiu a Revolução, essencialmente os valores democráticos que se instauraram no país.
Nessa conversa, relatou-me a vida antes da Revolução, ou seja, quando em Portugal se vivia em ditadura. Falou-me da falta de liberdade de expressão, de más condições de trabalho, da censura, da atuação da PIDE, da repressão, da vida dura…E, por entre lágrimas e abraços murmurou: “Que bom, minha menina, por não teres vivido nesse tempo”.
Nesse momento, alegrei-me, por ter formado e encabeçado uma lista para a Associação de Estudantes da minha Escola. Por ter dado voz às minhas/nossas ideias, por manifestar as nossas opiniões, por poder participar livremente na vida da escola, sem medos e receios. Enfim, por poder dar voz, à voz dos alunos.
Alegrei-me por viver em democracia! E como cidadã tudo farei para que o meu país continue a viver numa verdadeira democracia participativa, onde os direitos, as liberdades e garantias sejam asseguradas.
Mas, nós, enquanto cidadãos temos a responsabilidade de ser pró-ativos na defesa e manutenção do regime democrático: fazendo ouvir a nossa voz, exercendo o direito e o dever do voto, participando nas instituições democráticas, exercendo uma verdadeira cidadania, lutando por uma vida mais equitativa.
A democracia não é um direito adquirido. Temos de lutar sempre por ela.