Produção de arroz: Efeitos dos herbicidas utilizados na biodiversidade

A produção de arroz é uma das maiores do mundo e o arroz é consumido em diversos países, predominantemente em países asiáticos, o que o faz um cereal extremamente explorado e procurado. Resta saber como os herbicidas utilizados na produção de arroz afetam a vida local.

Graças a químicos, nomeadamente herbicidas e pesticidas, a produção de arroz torna-se mais eficiente, mas estes também têm efeitos negativos em diversas partes do ecossistema local. Ana Rodrigues e Luísa Carvalho, que são duas engenheiras agrónomas pertencentes ao ISA (Instituto Superior de Agronomia), afirmam os herbicidas são escolhidos tendo em conta vários fatores, tanto económicos como relacionados à saúde do consumidor.
As engenheiras relataram que a maioria de herbicidas utilizados atualmente, como o bensulfurão, o bentazona e o glifosato, não provocam um impacto direto na saúde dos animais mas podem provocar impactos indiretos, apenas se forem utilizados em excesso, que podem levar a danos na teia alimentar e biodiversidade locais.
Os herbicidas são produtos químicos usados para destruir espécies invasoras das plantações, estas são aquelas que se instalam nas plantações e retiram nutrientes do solo que pertenceriam, neste caso, ao arroz. Desta forma as espécies invasoras provocam uma diminuição de 30% da eficiência da cultura do arroz.
O glifosato, por exemplo, funciona a um nível metabólico inibindo a produção de aminoácidos aromáticos essenciais para a sobrevivência da planta. O uso destes herbicidas, apesar de não ter um impacto direto na saúde dos animais, ao destruir as plantas retira o alimento e habitat de alguns seres vivos o que por sua vez gera um impacto nas cadeias alimentares. Além disso, a utilização de produtos químicos promove outros efeitos negativos como a contaminação dos solos e, por sua vez, a contaminação dos lençóis de água subterrâneos.
As engenheiras falaram também em métodos alternativos aos químicos utilizados hoje que sejam menos destrutivos em relação à biodiversidade sem diminuírem muito o rendimento da cultura do arroz. Entre estes estão: a rebaixa, a rotação e a falsa sementeira. A falsa sementeira consiste na preparação do solo anteriormente como se se fosse iniciar a cultura do arroz, inundando-o para que as espécies invasoras se comecem a desenvolver e por fim, a destruição das mesmas através de processos químicos e mecânicos. Estes químicos são utilizados em menor quantidade pois as plantas são destruídas nas suas fazes iniciais de desenvolvimento.
A utilização de métodos alternativos pretende promover a redução de impactos negativos causados pelos herbicidas e é uma alternativa presente no cultivo de arroz atual.