A Quinta da Regaleira, adquirida em 1997 pela Câmara Municipal de Sintra, é um destino popular para aqueles que visitam a vila com vasta biodiversidade, incluindo espécies nativas e exóticas. São realizados no local diversos projetos como a criação de compostores e o CED (Capturar, Esterilizar e Devolver).
Uma das principais bases do ecossistema são os musgos. Os musgos são plantas de pequeno porte encontradas um pouco por todo o mundo, incluindo regiões mais remotas. Esta é a primeira espécie a colonizar o solo, criando condições favoráveis para o desenvolvimento de outros microrganismos.
Mesmo sendo muito importantes para o ambiente, de modo geral, os musgos apresentam uma pequena desvantagem, uma vez que prejudicam a exploração de outras espécies pelo excesso do mesmo. Consequentemente, para ter melhor proveito e explorar o local, as pessoas acabam por ter que extrair voluntariamente os musgos, e só o fazem devido à desinformação, pondo em risco algumas das diversas espécies de musgos que estão em perigo de extinção. Para além disso, o ecossistema daquele local torna-se prejudicado, e por isso outras espécies que ali também habitam poderão ser afetadas. A mobilidade é também outra desvantagem dos musgos, pois por serem muito escorregadios põe em risco a segurança das pessoas.
Na Quinta da Regaleira também é muito comum observar cogumelos, principalmente durante o Outono. Tal acontece pois são os “frutos” dos fungos, isto é, servem principalmente para a sua reprodução. Os fungos propriamente ditos são um conjunto de canais (denominadas hifas) que se alimentam de material orgânico, transformando-o em inorgânico. É uma parte essencial do ecossistema pois sem eles, o material da manta morta (constituído principalmente por folhas caídas, insetos e pelos decompositores) nunca seria desfeita. No entanto, fungos também poderão alimentar-se de outros seres vivos, criando uma relação de parasitismo e diversas doenças.
Estas duas famílias de espécies são muito importantes para o processo de compostagem, e na Quinta existe pelo menos um compostor utilizado para ajudar o processo, além de ajudar na manutenção do local. Sintra realiza ainda outro projeto, desta vez de cunho mais social, que também impacta o ecossistema.
O CED é um método eficiente que consiste em controlar a reprodução descontrolada de gatos selvagens. Nesse processo são resgatados gatos, é realizada a sua esterilização e depois é feito um corte pequeno na orelha esquerda para os destacar dos não esterilizados, seguidamente devolvidos ao local em que viviam, neste caso a Quinta. Este projeto tem como importância manter um ambiente balanceado em que não haja a falta de certos animais essenciais, como pequenos mamíferos e pássaros, que são espantados pelos gatos.
São projetos como estes, e a rica biodiversidade presente que atraem as pessoas para a Quinta da Regaleira. Porém, o turismo excessivo acarreta alguns problemas como a diminuição da quantidade de musgos e o aparecimento de novas espécies. E fica a questão: Será que poderá existir um equilíbrio entre o turismo e a biodiversidade da Quinta?