As paisagens de tirar o fôlego, a apreciação pela gastronomia e o desejo de reviver um passado não muito longínquo são algumas das razões que levam os turistas à região do Douro. As opções são diversas, com roteiros pela linha do Douro, degustações de vinho do Porto, visitas às amendoeiras em flor ou até aos “Sítios de arte rupestre do Vale do Coa”. Recentemente, a Volvo escolheu esta região para gravar um anúncio para um dos seus modelos de carro, nas lagoas do Sabor.
Contudo, esta região já não é como no passado. O envelhecimento geral da população e a ida para as grandes cidades do litoral deixam muitas plantações e habitações abandonadas. A tradição da vinha já não envolve tanta mão de obra local, tornando-se uma atração para muitos turistas. Para além disto, o produtor raramente recebe um valor justo pelo que produz.
Os crescentes problemas com as alterações climáticas são evidentes, com registo de quebra de produção em anos anteriores devido a condições adversas. No caso da seca, em anos anteriores, a precipitação foi bastante baixa, o que baixou o nível da água no rio Douro, comprometendo a rega e as produções agrícolas. Contudo, em 2024, segundo os dados do Sistema Nacional de Recursos Hídricos de Portugal, este parece não ser um problema tão urgente como em anos anteriores. Em março, as albufeiras do Douro registavam uma cota média de água de cerca de 88%, o suficiente para uma rega sem preocupações, ao longo de todo o ano.
Mas, a água não é a única necessidade nas plantações. A videira, por exemplo, necessita de uma temperatura fria de noite, e uma quente de dia. Com dias cada vez mais quentes, e com temperaturas mínimas a atingir os 25 °C em alguns dias do ano, a produção fica comprometida.
Na região do Douro verifica-se, atualmente, uma mudança no modo como as plantações são feitas, devido à falta de água. Se o problema da seca persistir, esta e outras regiões do país verão a produção comprometida, algo que levará a alterações na paisagem. O aumento do turismo impulsiona o crescimento económico e mitiga alguns dos impactos do envelhecimento da população e da desertificação do interior.
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