Exploração de Petróleo no Algarve e as suas Consequências

Este artigo, realizado por alguns alunos do 10º A, aborda a temática da possibilidade de exploração de petróleo no Algarve, um tema que marca a atualidade. Em Portugal, a ideia de explorar petróleo surgiu nos anos 30 e os primeiros estudos foram feitos nos anos 70. A PALP, criada em março de 2015, luta até hoje contra a exploração de petróleo no Algarve, situação gerada com a celebração dos contratos de prospeção em 2015. Iremos apresentar os prós e os contras, analisando os impactes de uma possível exploração no Sul do país. Como fontes de informação foram usadas notícias atuais, referências ao programa da RTP1 "Prós e Contras" e informações provenientes de uma entrevista que realizámos a Tereza Fonseca e Rosa Guedes, representantes da PALP, às quais agradecemos por nos terem concedido um pouco do seu tempo e saber, e pelos recursos que nos disponibilizaram para a elaboração do artigo.

A notícia sobre a exploração de petróleo no Algarve tem dividido os cidadãos. Alguns contra e outros a favor. Será a exploração de petróleo no Algarve uma boa ideia?

Foi na década de 1930 que a ideia de explorar petróleo em Portugal surgiu. Porém, devido às suas dificuldades financeiras, as empresas petrolíferas têm oscilado entre a concretização desse objetivo e o receio de um investimento avultado sem sucesso. Atualmente, a hipótese de uma exploração petrolífera no Algarve é bastante elevada. Esta situação tornou-se rapidamente tema de debate público e, a 23 de maio de 2016, teve lugar como contexto do programa “Prós e Contras” da RTP1.

Durante a realização deste artigo, contactámos a PALP (Plataforma Algarve Livre de Petróleo), movimento criado em março de 2015, para obtermos mais informação acerca da temática.

Fig.1 – Áreas concessionadas para o petróleo no Algarve (2015)

Muitos dos contratos de prospeção de petróleo onshore (em terra) e offshore (no mar) no Algarve foram cancelados pelo governo atual, mas o de Aljezur permanece ativo. Segundo a PALP, apesar de única, a prospeção offshore em Aljezur poderá causar danos irreversíveis. (Fig. 1)

 

Fig.2 – A APA mandou suspender as perfurações decorrentes num terreno em Perdigão, em Aljezur, mandadas fazer pela empresa Domus Verde. (2016)

Atualmente, tenta-se impedir as prospeções de petróleo, pois para as realizar é necessário fazer furos, que podem ter consequências negativas imprevisíveis, uma vez que a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) dispensou o estudo do impacte ambiental. As prospeções, se bem-sucedidas, terão como objetivo a exploração de petróleo no Algarve. (Fig. 2)

Contudo, mesmo que tudo corra bem, existirão sempre alguns contras, que, segundo a PALP, passam pelas fugas, que, mesmo pequenas, serão cumulativas e ao fim de algum tempo geram um problema ambiental.

Também existe a hipótese de algo não correr como planeado, tal como já aconteceu em vários pontos do globo, representando péssimos exemplos. Numa situação de fuga em grande escala, as manchas atingiriam as praias e afetariam fortemente o ecossistema e a geosfera marinha, o meio ambiente das populações locais e um prejuízo na imagem do turismo no Algarve.

Outro problema associado é o facto de o risco sísmico no Algarve ser superior ao resto do país, devido à sua proximidade à falha Banco de Gorringe, sendo que existem estudos que provam que a atividade de prospeção aumenta a probabilidade de ocorrências sísmicas.

Uma outra adversidade relaciona-se com o facto do petróleo e o gás natural terem uma determinada constituição/densidade, sendo que na exploração, a substância que se injeta no lugar do petróleo/gás é água com determinados químicos, que, não tendo a mesma densidade que os materiais extraídos, podem, de acordo com algumas teorias, provocar o abatimento de certos calotes em terra.

Recentemente descobriu-se que os peixes gostam de ir para debaixo das plataformas petrolíferas, uma vez que a água é mais quente nestes locais, acabando por ingerir os detritos aí existentes. Tal tem como consequência, a toxicidade dos peixes que eventualmente acabarão no nosso prato.

Portugal tem a sua ZEE (Zona Económica Exclusiva) e toda essa área tem potencial para ser explorada e poderá ser concessionada para este tipo de atividades.

Desde o início da exploração do petróleo a nível mundial que o Homem não deu muita importância aos impactes que esta atividade poderia trazer para o ambiente. Agora que a preocupação ambiental é bastante superior quando comparada com a dos últimos 100 anos, devemos refletir seriamente se, numa altura em que a transição para as energias renováveis está numa fase de grande expansão e implementação em Portugal, devemos começar a investir nos combustíveis fósseis.

Compensará economicamente para o estado português o valor recebido proveniente de uma exploração petrolífera, se o Turismo for colocado em risco?

Compensará por a fauna e a flora em perigo, sendo que nós humanos pertencemos à fauna? Temos um país ótimo para a produção de energia solar, para além do nosso sol ser uma fonte de procura dos turistas. Porque não continuar a investir nessa ou noutras energias renováveis?

 

 

Diogo Lourenço, Gonçalo Jesus, Inês Gomes , Janine Ferro