A Caça à Beata consiste numa sensibilização para um dos maiores problemas identificados no recinto: o grande número de beatas deitadas ao chão durante todo o festival. Desta forma, cerca de 50 voluntários juntaram-se com o material adequado para as recolher, recebendo uma senha para um sorteio a cada garrafa de 33 cl completa, podendo, então, contribuir para o objetivo da iniciativa.
A beata é lixo, visto que nunca se degrada na sua totalidade, acabando por se transformar em microplásticos, responsáveis pela morte de 1 milhão de animais marinhos por ano. Devido à indústria tabaqueira, a desflorestação continua a aumentar pelo facto de serem cortadas 600 milhões de árvores para a sua produção, sendo que 30 cigarros levam ao abatimento de uma árvore. São 7.000 por minuto as beatas atiradas para o chão a nível nacional e, para diminuir o impacto consequente, no âmbito da “Caça à Beata” foram colocados no recinto 6 beatões e distribuídos aos fumadores cinzeiros de bolso reutilizáveis.
Segundo Margarida Gomes, coordenadora dos Jovens Repórteres para o Ambiente (uma das atividades da ABAE), a parceria “surgiu no âmbito de atividades (…) relacionadas com a questão dos resíduos, nomeadamente a questão das beatas nas praias”. Diante de tudo o que polui as praias, o item mais frequente são as beatas de cigarros, que acabam por ir parar ao mar, sendo que a beata por si só demora 4 a 5 anos a degradar-se e o filtro, por conter microplásticos, pode levar a centenas de anos até desaparecer completamente.
De acordo com os cofundadores da Missão Beatão, Isabel e Manuel Nobre, esta iniciativa deixa o recinto com uma grande diferença a nível de limpeza, face ao que era observado em anos em anos anteriores, “é uma iniciativa que está a crescer a nível de voluntários, a nível de quantidades recolhidas…”. Ambos concordam que este projeto deve continuar a ser expandido, tanto a outras cidades como a outros eventos.
Roberta Medina, mentora do Rock in Rio, afirma que tem conhecimento da Caça à Beata e apela à consciência da sociedade para esta problemática. Além disso, considera que estas iniciativas são essenciais, visto que “o festival é uma plataforma de comunicação alargada, que deve ser usada como exemplo para promover a sustentabilidade”.
Após a contabilização do resultado final, foi possível concluir que, em cerca 3 horas se recolheram 55 litros de beatas, cerca de 18 mil unidades, deixadas no chão durante os dias anteriores.
O cofundador explica que as beatas recolhidas durante esta atividade são utilizadas para combustíveis derivados de resíduos, incorporadas em matéria para valorização energética, permitindo a produção de energia, num tratamento mecânico biológico.
Grupo 5
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