No ano de 1961, a Companhia Portuguesa de Fornos Elétricos instala-se no Monte de Santa Luzia para explorar o quartzo aí
existente, sendo posteriormente a matéria prima em bruto enviada para a unidade industrial desta companhia, localizada em Canas de Senhorim, vila do distrito de Viseu. Após 25 anos de exploração, esta empresa abandona o local, ficando este abandonado e degradado. Nestas circunstâncias, o município vê nesta área geográfica uma boa oportunidade para promover o reconhecimento do património geológico como parte integrante do património natural, fomentando a sua proteção, preservação e valorização. Só em 2006, é que o projeto que o geólogo Galopim de Carvalho idealizara desde os finais da década de 90 começa a ganhar forma, sendo cofinanciado com cerca de um milhão de euros, provenientes de fundos municipais e fundos comunitários.
Com portas abertas desde abril de 2012, e parte integrante da rede municipal de museus e do roteiro de minas e pontes de interesses mineiro e geológico de Portugal, o também Centro de Interpretação de Galopim de Carvalho apresenta uma exposição permanente que conta com 79 amostras de quartzo endógenas e oriundas de países como o Brasil, Moçambique ou a Namíbia.
Falamos de uma iniciativa inédita, na medida em que na época de construção do museu não era frequente a reconversão de pedreiras em unidades museológicas.
Nas palavras de Galopim de Carvalho, que classifica o museu como sendo “único à escala mundial”, encontramos o porquê deste museu atrair visitantes dos quatro cantos do mundo, como contam os guias Margarida Fernandes e Nuno Ferreira: “Este centro de interpretação é ímpar no Mundo, porque mostra ao público a grande diversidade de quartzo existente, o que atrai público de todo o mundo. Temos o caso de muitos turistas que cá vêm e que fazem questão de nos dizer que vêm propositadamente, ou ainda o caso da embaixadora de Israel que nos visitou recentemente.”
O museu vinca ainda a panóplia de aplicações que este mineral tem no dia a dia, seja ela nos equipamentos eletrónicos ou ainda na joalharia: “O quartzo está connosco sempre”, concluiu Margarida Fernandes. A parte prática, de experimentação científica, é também uma constante no museu e, anualmente, tem uma adesão de cerca de 10.000 pessoas.
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