As espécies, ao longo do tempo tendem a evoluir ou são extintas, seja por causas naturais, seja pela influência do Homem. Na Península Ibérica, o lince-ibérico é uma das espécies que tem vindo a causar preocupação, na medida em que se tem verificado uma diminuição significativa no seu número, muito devido à ação humana. Urgem então perceber quais as consequências da eventual extinção desta espécie e as ações que importa levar a cabo para evitar que tal aconteça.
O lince é um animal mamífero do género Lynx. Habita na Terra há cerca de 7,2 milhões de anos, sendo que há registos do lince-ibérico (Lynx pardinus) desde há cerca de 1,18 milhões de anos (devido a sua separação da espécie lince-euroasiático). O lince-ibérico é um animal carnívoro que habita em bosques, mato denso, matagal e zonas onde haja vegetação arbustiva em abundância. Esta espécie pode ser encontrada em Espanha e Portugal onde a sua dieta é à base de roedores, aves, crias de cervídeos e em particular do coelho-bravo. O Lynx pardinus é um animal que tem a sua atividade predominantemente durante a noite e apresenta uma cauda curta com tufos de pelo preto, com um padrão de pintas pretas ao longo do seu corpo e no seu ventre, a pelagem é muito clara. Esta espécie é solitária, pois aos 20 meses de idade tornam-se independentes. Em janeiro-fevereiro inicia-se a época de acasalamento, sendo costume terem duas crias.
Contudo, esta espécie encontra-se em perigo, havendo registos de que nos últimos 20 anos os espécimes de lince-ibérico têm diminuído cerca de 80%, devido à perda do seu habitat, à caça, a atropelamentos e a envenenamentos. Tem contribuído também para este fenómeno, as doenças virais da sua principal fonte de alimentação, o coelho-bravo.
Se o lince-ibérico se extinguir, prevê-se que venha a afetar o equilíbrio dos ecossistemas, na medida em que é um predador, estando no topo da cadeia alimentar. A sua extinção irá provocar uma superpopulação de herbívoros, nomeadamente do coelho-bravo, aumentando com eles o consumo das espécies arbustivas, aquela que é a base da sua alimentação, e com isso a diminuição do potencial de sequestro de carbono pelas plantas, o que dificultará também a luta contra o aquecimento global.
Contudo, há medidas que podem vir a ser tomadas de forma a obviar esta situação, havendo inclusive já algumas em implementação, como é o caso da criação de zonas de cativeiro para a conservação desta espécie, a criação de programas de recuperação para o coelho-bravo, assim como treinar cães para a deteção precoce de venenos (uma ação que tem vindo a ser implementada em Mértola, pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR).
Fontes:
- Boas Notícias – um mundo em crescimento. https://boasnoticias.pt/extincao-lince-iberico-ja-nao-esta-em-perigo-critico/ (11/12/18)
- Jardim Zoológico. https://www.zoo.pt/site/animais_detalhe.php?animal=212&categ=3 (11/12/18)
- Mateus, J., Caetano, P., Ferreira, J. P. (2009). Lince-Ibérico. Portugal: Bizâncio, 2009.
- https://observador.pt/2017/08/06/metas-do-plano-para-a-conservacao-do-lince-iberico-atrasadas/ (11/12/18)
- Projeto Life Lince. http://www.iberlince.eu/index.php/port/lince-iberico/ameacas#.XBGPU3T7TDd (11/12/18)
- Wikipédia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lince-ib%C3%A9rico (11/12/18)
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