Hoje em dia, verifica-se que, cada vez mais, as pessoas têm o hábito de fazer a separação do lixo.
No entanto, existem exceções. Na pequena aldeia de Travanca de Tavares, pertencente ao concelho de Mangualde, distrito de Viseu, poucas são as pessoas que fazem a reciclagem.
Isto acontece porque existe apenas um ecoponto, a que nem todas as pessoas têm acesso pois a população desta aldeia, encontra-se na sua maioria envelhecida, não se sentindo capazes de transportar o lixo até aos contentores diferenciados.
Fomos entrevistar uma residente idosa desta aldeia e questionamo-la sobre este assunto, ao que a senhora respondeu: «Já não tenho idade para andar nessas coisas, as minhas pernas já não me ajudam, já não são o que eram, isso é para a juventude. O ecoponto está muito longe da minha casa e não estou para andar aí de um lado para o outro, com lixo às costas. Prefiro deitar o lixo todo no caixote comum, que está muito mais perto de minha casa.»
Depois entrevistámos um residente mais jovem ao qual fizemos a mesma questão. O rapaz respondeu: «Eu tenho o hábito de fazer a reciclagem, não só porque ajuda o nosso planeta como também por não custar nada, quanto mais não seja, o vidro e o plástico. Como o ecoponto é relativamente longe para ir a pé, junto o lixo em casa durante a semana e no fim-de-semana, carrego o lixo todo dentro do carro e vou colocá-lo no ecoponto».
Como provam os testemunhos destes dois cidadãos, as pessoas idosas, que constituem a maior percentagem da população, optam por colocar o lixo todo junto nos caixotes comuns, o que gera outro problema: o facto de os caixotes encherem muito rapidamente, o que se agrava consideravelmente nos meses de verão, com a chegada dos emigrantes.
Com os caixotes de lixo comum cheios, geram-se os maus odores libertados pelo lixo. Consequentemente, esses maus cheiros vão atrair animais que vão à procura de comida e que acabam por espalhar o lixo no pavimento, constituindo um risco para a saúde pública e contribuindo para a diminuição da qualidade de vida destas pessoas, já tão marcadas pela interioridade e pelo isolamento.
Assim, os cidadãos desta aldeia apelam para que a autarquia mobilize esforços no sentido de colocar mais um ecoponto na aldeia e propõem a realização de campanhas de esclarecimento e sensibilização, para consciencializar estas comunidades da importância da reciclagem e promover uma correta separação dos lixos.
As Jovens Repórteres para o Ambiente
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