Segundo Valter Elias, chefe de serviço do delfinário, “os golfinhos podem viver até aos sessenta e um anos em cativeiro”. Tal é possível devido ao avanço tecnológico e à evolução da medicina, bem como dos cuidados a ter com os animais, proporcionando bem-estar. Valter Elias acrescenta ainda que “esta água (do delfinário), apesar de salgada consegue ser parecida à agua do mar, fornecendo condições semelhantes. De acordo com testes feitos, a água da Baía dos Golfinhos é mais saudável do que a da torneira pois apresenta uma menor concentração de cloro, sendo este praticamente inexistente na primeira”.
De uma equipa animada de dez elementos, resulta o processo de treino dos animais com o objetivo da realização de espetáculos onde exibem os seus comportamentos naturais, sensibilizando o público para a proteção da espécie. Os golfinhos começam a treinar assim que deixam de mamar, pois alcançam a sua independência, precisando de seis meses para se ambientarem aos seus tratadores e cerca de dois anos para entrarem no espetáculo da Baía dos Golfinhos.
Através de um trabalho árduo, golfinhos, pinguins e leões marinhos são alimentados, com base num plano nutricional de acordo com a idade, peso, calorias do alimento, temperatura ambiente e da água, variando por vezes de animal para animal. São portanto cento e cinquenta a duzentos e cinquenta quilos de peixe, distribuídos gradualmente por cinco a dez vezes ao dia, incluindo espetáculos, treinos e brincadeiras, onde os treinadores utilizam o alimento como reforço primário ignorando os golfinhos quando demonstram um comportamento agressivo.
Esta grande quantidade de alimentos é preparada na cozinha deste estabelecimento, sendo limpa e higienizada oito a dez vezes por dia. Existe uma arca frigorífica, regulada à temperatura de cinco a oito graus centígrados em que o alimento é conservado. Posteriormente é descongelado num determinado tempo e temperatura de forma a conservar os nutrientes necessários.
Neste estabelecimento habitam três golfinhos, conhecidos por grande parte do público: a Soda, uma fêmea de quarenta e cinco anos, o Neo, macho de quinze anos e o Yuki de apenas cinco anos. Além disso, na maternidade encontram-se ainda duas fêmeas com as suas crias.
O delfinário do Jardim Zoológico de Lisboa, apesar de não ser um centro de investigação, participa em diversos projetos, tanto a nível nacional, como internacional, dentro do contexto clínico. Como é o exemplo da realização de uma sessão de acupuntura a laser aos golfinhos.
Para além da preocupação por parte da equipa do delfinário com o bem-estar animal, é ainda notável a sua precaução para com a consciencialização do público em relação à utilização excessiva de componentes nocivos, nomeadamente plásticos presentes nos oceanos, pois estes podem prejudicar a vida dos animais marinhos.
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