Um dos símbolos mais importantes de uma cidade são os seus monumentos e, infelizmente, devido à irresponsável ação humana, estas construções emblemáticas estão a ser degradadas. A poluição é um dos maiores problemas da atualidade e é mais intensa nas grandes cidades, devido ao fluxo de automóveis e à existência de várias indústrias.
Um dos monumentos mais emblemáticos da cidade do Porto é a famosa Torre dos Clérigos (Fig.1), que está integrada num edifício constituído, maioritariamente, por mármore e por granito. Este monumento “começou a ser construído em 1731 e acabou em 1763”, de acordo com o depoimento de Marta Coimbra, funcionária no edifício, e, também, em conformidade com as informações que constam no site oficial da Torre dos Clérigos. Foi reabilitado em 2014 por evidenciar fortes sinais de degradação. A sua igreja foi igualmente construída em mármore e granito. Porém, após a reabilitação, a cúpula foi reconstruída em “granito fingido” para evitar ao máximo a deterioração causada por fumos e poeiras que escurecem a rocha.
Figura 1- Torre dos Clérigos
A Estação de São Bento (Fig. 2) é outro monumento importante da cidade. A decoração do seu interior confere muita personalidade ao edifício e à cidade. Conforme a informação apresentada pelo site oficial do monumento, o edifício da estação é feito de granito. Contudo, o artista que o projetou pretendeu amenizar o efeito da pedra e decidiu recorrer à tradição do azulejo português para a decoração das suas zonas mais amplas. Este monumento foi considerado um dos mais emblemáticos exemplos do movimento artístico nacional do início do século XX. A sua degradação, tal com na Torre dos Clérigos, é, maioritariamente, causada por fumos e poeiras.
Figura 2- Estação de S. Bento
Outro monumento de destaque na cidade Invicta é a Casa da Música (Fig.3). Segundo o site oficial, o edifício foi projetado, em 1999, no âmbito do projeto “Porto, capital da cultura – 2001”. Este edifício, que abriga diversos espetáculos artísticos, foi construído em betão branco, que é uma rocha formada por areias calcárias e graníticas. A degradação deste monumento depende, sobretudo, das chuvas ácidas (muito reativas com o calcário), que resultam da mistura de gases poluentes com o vapor de água/água da chuva presente na atmosfera.
Figura 3 – Casa da Música
Em suma, todos estes monumentos sofrem uma degradação progressiva devido à poluição atmosférica. Contudo, esse não é o único fator que contribui para a sua degradação. A presença de pombas na cidade, para além de apresentarem alto risco para a saúde humana, por serem capazes de transmitir doenças, influenciam a degradação dos monumentos, pois os seus excrementos têm químicos que deterioram as rochas. E esse é um problema mais fácil de resolver.
Mais a sul deste lindo país, em Lisboa, foram implementadas algumas medidas como: utilizar um sistema dissuasor electroestático, que provoca choques de pequena intensidade, apenas para espantar as pombas e evitar a fixação de ninhos nos monumentos; sistemas sonoros que emitem sons de predadores; proibição da alimentação de aves na rua e remoção de ninhos. No Porto, poder-se-ia implementar medidas semelhantes e atenuar o problema.
A população, por sua vez, pode desempenhar um importante papel na luta contra a degradação dos edifícios, ajudando na conservação de monumentos que são insubstituíveis. Não deve alimentar as aves, deve passar a utilizar transportes públicos em vez de automóveis particulares e deve diminuir o consumismo, para que as empresas reduzam os níveis de produção. Aderir a um estilo de vida sustentável é essencial, para melhorar o ambiente, conservar a cultura e manter a economia saudável.
Referências:
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