Os seres humanos têm uma longa história de convivência com os animais. Desde a Antiguidade que estes desempenham um papel fundamental na estrutura de algumas sociedades, como na antiga época egípcia ou viking. No entanto, noutros contextos sociais, eram vistos como meros objetos de trabalho. Com o passar do tempo, veem-se agora novos sinais de esperança para os nossos amigos de quatro patas.
Atualmente, devido a imensas reivindicações por ativistas em alguns países, os animais passaram a ter direitos próprios. Estas leis fizeram mudar mentalidades que ainda julgavam as outras espécies como inferiores.
Assim, as famílias portuguesas começam a ver os seus animais de estimação como membros do agregado e não apenas uma decoração bonita para o jardim. Esta nova dinâmica entre animais de companhia e humanos traz benefícios para ambos. As vantagens podem ir do campo físico ao psicológico, sendo este último mais difícil de medir por se tratar de sentimentos.
No âmbito dos aspetos físicos, regista-se uma melhoria do sistema imunológico. Está provada a inter-relação entre as defesas do corpo e o contacto com animais. Os estudos apontam para uma diminuição dos casos de asma e de rinites alérgicas. Ter animais de estimação pode ajudar a aumentar a diversidade da microbiota humana. Estudos demonstram que crianças criadas em casas com animais de estimação têm menor risco de doenças alérgicas.
No campo linguístico, nota-se um desenvolvimento acentuado da linguagem em crianças que estão em contacto com animais.
A atividade física é outro fator condicionante da vida humana muito privilegiado pela presença animal. Os animais incentivam à prática de exercício físico, ajudando assim a combater a obesidade, principalmente a infantil, em relação à qual a ajuda de animais é mais benéfica.
Quanto às vantagens a nível psicológico, o principal aspeto está relacionado com a luta contra doenças mentais, com um maior nível de resultados positivos no combate à depressão. Os sentimentos de inferioridade, de solidão e de ansiedade diminuem, ao mesmo tempo que aumentam os sentimentos de proteção, amizade, companheirismo, sentidos de pertença e de responsabilidade.
Tratar de animais também desenvolve outras áreas como a maturidade, por ter um ser dependente de si; a empatia, pelo estabelecimento de laços afetivos com o animal; a socialização, pelo confronto com novas experiências que desenvolvem comportamentos extrovertidos e o otimismo, porque um animal de estimação é uma fonte de brincadeiras, relaxamento e carinho.
O contacto e o cuidado de animais melhoram em diversos aspetos os humanos, moldando-os para se tornarem seres mais preocupados, dedicados ao(s) outro(s), alegres e responsáveis. Estas características fazem parte de um vasto leque de atributos que estão em falta na nossa sociedade, tornando-a cruel não só com os animais e o ambiente, mas com outros seres humanos, perpetuando violências e desigualdades.
Em Portugal, mais de metade dos lares têm, pelo menos, um animal de estimação. Apesar das medidas de criminalização do abandono, cerca de 14000 animais foram despejados nas ruas em 2018, segundo o site da revista “Visão”. Para onde vão esses animais? Quais as consequências destes abandonos para o ambiente e para a saúde pública? Como lida a sociedade com este problema? Estas são algumas questões que serão abordadas nas próximas reportagens a que se tentará dar resposta.
Pets and Man – A changing relationship
In our society, animals are increasingly treated as family members, developing a relationship of advantageous affection for both parties. Coexisting with this human- animal integration, there is still a significant number of cases of neglect, ill treatment and animal abandonment, problems that are also a reality in the municipality of Pombal.
Human beings have a long history of living with animals. Since antiquity, they have played a key role in the structure of some societies, such as in ancient Egyptian or Viking times. However, in other social contexts, they were seen as merework objects. Over time, there are now new signs of hope for our four-legged friends.
Currently, due to immense claims by activists in some countries, animals have come to have their own rights. These laws changed mentalities that still judged the other species as inferior.
Thus, Portuguese families begin to see their pets as members of the household and not just a beautiful decoration for the garden. This new dynamic between pet animals and humans brings benefits to both. The advantages can go from the physical to psychological field, the latter being more difficult to measure because it is feelings.
In the physical aspects, there is an improvement in the immune system. The interrelationship between body defences and contact with animals is proven. Studies point to a decrease in cases of asthma and allergic rhinitis. Having pets can help increase the diversity of human microbiota. Studies show that children raised in homes with pets are at lower risk of allergic diseases.
In the linguistic field, there is a marked development of language in children who are in contact with animals.
Physical activity is another conditioning factor of human life that is very privileged by the presence of animals. Animals encourage the practice of physical exercise, thus helping to fight obesity, especially childhood, in which the help of animals is most beneficial.
As for the psychological benefits, the main aspect is related to the fight against mental illnesses, with a higher level of positive results in the fight against depression. The feelings of inferiority, loneliness and anxiety decrease, while the feelings of protection, friendship, companionship, feelings of belonging and responsibility increase.
Taking care of animals also develops other areas, such as maturity, because it is dependent on itself; empathy, for the establishment of affective bonds with the animal; socialization, by confronting new experiences that develop extroverted behaviors and optimism, because a pet is a source of play, relaxation and affection.
The contact and care of animals improves human beings in several aspects, molding them to become more concerned beings, dedicated to the other(s), happy and responsible. These characteristics are part of a wide range of attributes that are lacking in our society, making it cruel not only to animals and the environment, but to other human beings, perpetuating violence and inequalities.
In Portugal, more than half of households have at least one pet. Despite measures to criminalize abandonment, about 14,000 animals were dumped on the streets in 2018, according to the website of the magazine “Visão”. Where do these animals go? What are the consequences of these abandonments for the environment and public health? How does society deal with this problem? These are some questions that will be addressed in the next reports that will try to answer.
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