Partindo do princípio que após a diminuição dos combustíveis nos terrenos o risco de incêndio é menor, podemos chegar muito mais além daquilo que a maioria da população acha sobre o assunto.
Todos os anos ardem milhares de hectares florestais pelo mundo, provocando vários problemas ambientais tanto durante como após os incêndios. É verdade que a emissão de gases poluentes durante um incêndio é bastante elevada mas os problemas não acabam aqui. O passar das chamas leva com elas a maior parte da vegetação, diminuindo a permeabilidade dos solos, e as substâncias libertadas durante o incêndio misturam-se com as águas tornando-as ácidas e impotáveis. Também os gases anteriormente referidos voltam a descer ao solo, desta vez misturados com as chuvas, tornando-as ácidas, e as cinzas que se espalharam pelos ares, acabam por dar à costa após se misturarem nos rios e mares.
Tudo isto são factores que prejudicam os seres vivos que conseguem resistir directamente aos incêndios, mas que mais tarde são apanhados pelas consequências dos mesmos.
Foi no ano de 2017 que, muito perto do local onde escrevo esta reportagem, também se sofreu muito devido a esta falta de limpeza florestal, não apenas seres humanos mas também seres vivos pertencentes à fauna e flora, que do nada se viram sem tudo. Obrigados a deixar aquele que era considerado o maior e mais histórico pinhal de Leiria, sofreram tanto ou mais do que aqueles que não conseguiram cuidar daquilo que também lhes pertencia.
Obviamente que a limpeza das matas não evita o inesperado, mas a verdade é que auxilia bastante no controlo das chamas visto que as grandes áreas florestais se encontram divididas por batalhões, com faixas de contenção ente eles, de modo a retardar a progressão do incêndio e a formar passagens para que os meios competentes possam actuar, evitando a propagação. Este controlo diminui imenso a área ardida que por si diminui a destruição dos ecossistemas.
Com isto conclui-se que talvez possamos ajudar em muito o meio ambiente, preservando e limpando o habitat dos outros seres vivos, tal e qual como preservamos o nosso.
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