Os incêndios florestais são muito abordados na comunicação social na chamada “época de fogos”, com especial relevo e apetência de se fazerem diretos e enquanto os incêndios se encontram ativos. Muitas são as reportagens e os comentários dos cidadãos no dia a dia sobre os incêndios e sobre as suas consequências e impactos, mas numa perspetiva imediata.
A ocorrência de um incêndio tem uma série de efeitos quer na área ardida, quer em áreas adjacentes. O grau dos efeitos depende, em particular, da intensidade do incêndio, o qual, por sua vez, depende das condições meteorológicas, o combustível e a topografia.
Contudo, os impactos e as consequências dos incêndios poderão ser muito maiores e mais graves do que normalmente se refere no calor do mesmo, repercutindo-se, em maior ou menor grau, em todo o ecossistema afetado.
Que consequências podem os incêndios trazer para o ambiente?
Os incêndios podem trazer vários impactos no ecossistema tais como a destruição de habitações e edifícios, a perda de solo, que com a ausência da vegetação deixa o solo vulnerável ás chuvas, chuvas que podem originar arrastamento e empobrecimento do solo podendo até contaminar as linhas de água. Pode haver destruição da biodiversidade, após a passagem de um incêndio, que dependendo da sua intensidade, poderá levar á extinção de plantas e animais. Foi o que aconteceu no incêndio de 2010 nas serras da Madeira em que a única população de Sorbus maderensis, espécie endémica da ilha da Madeira, foi extinta do seu habitat natural esta perda de espécies e vegetação leva à depreciação cénica da paisagem que como todos sabemos após um incendio a paisagem é terrível.
A Amazônia, que tem 60% da sua área no Brasil, é a maior floresta tropical do mundo. É considerada um grande centro de biodiversidade, com muitas plantas e animais que só podem ser encontrados ali.
A densa floresta absorve uma quantidade enorme do dióxido de carbono produzido mundialmente. De acordo com os cientistas, preservar a Amazônia é vital para combater o aquecimento global.
Os incêndios florestais na Amazônia em 2019 foram uma série de incêndios florestais que afetaram a América do Sul, principalmente o Brasil.
Foram contabilizados pelo menos 161,236 focos de incêndios desde janeiro a outubro de 2019, 45% a mais em relação ao mesmo período de 2018, percentagem essa que chegou a ser de 84% no mês de agosto. Isso representa um dos maiores números desde que o Brasil começou a adquirir dados em 2013, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que utiliza satélites para monitorizar incêndios.
Em agosto de 2019, a floresta amazónica brasileira registrou cerca de 59 601 focos de incêndios, o que representou 48,1% das ocorrências no território brasileiro, ou seja, quase metade, tendo sido apenas no mês de agosto detetados pelo menos 29 359 deles (60,3%). Segundo a NASA, em 16 de agosto de 2019, uma análise dos dados de satélite indicava que o total de incêndios através da Amazónia neste ano de 2019 estava perto da média em comparação com os últimos 15 anos. A NASA afirma, no entanto, que esses dados registram uma média alta, puxada pelos anos de 2004 e 2010, que tiveram uma quantidade de incêndios elevada, aumentando a média.
Por que razão a região da Amazónia é tão importante para o planeta Terra?
A floresta da Amazónia influencia fortemente o regime de chuvas na América Latina, contribuindo desta forma para estabilizar o clima e aumentar a biodiversidade planetária.
São os chamados “rios voadores” (massas de ar carregadas de vapor de água gerado pela evapotranspiração da flora amazónica) que contribuem para a formação de precipitação, não só no Brasil, mas também em países como a Bolívia, o Paraguai, a Argentina e o Chile.
A escassez de precipitação nestas regiões provoca um impacto ambiental mas também prejudica a situação económica, deixando vários povos com falta de água potável.
A Amazónia, tal como as restantes florestas tropicais do planeta Terra, são os impulsionadores que ajudam a estabilizar o clima e desta forma evitar o aquecimento global. Pelo contrário, as florestas que foram alvo de desmatação ou de qualquer outro processo de degradação representam a maior fonte de emissão de gases que originam o efeito de estufa.
A floresta tropical da Amazónia possui uma biodiversidade única, incomparável a qualquer outra no planeta. A preservação desta região garante assim a sustentabilidade de várias formas de vida e promove um ecossistema mais saudável.
Também a nível da agricultura pode vir a haver consequências: quanto mais preservada estiver a floresta maior riqueza se obtém nos alimentos produzidos naquela zona, tais como café, milho e soja.
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