Fazem parte do Jardim Zoológico diversos géneros de animais. Um desses grupos são os marsupiais, dos quais existem apenas três espécies no Jardim Zoológico de Lisboa, sendo elas o canguru, o koala e o petauro-do-açúcar. Será que o único papel dos tratadores é alimentar estes animais?
Os koalas são marsupiais cheios de particularidades. O seu tempo de gestação vai de 30 a 35 dias e dormem cerca de 18h por dia. Quando dois machos se encontram na mesma árvore há uma necessidade de demonstrar a sua superioridade perante o outro, assim estes tentam castrar-se um ao outro mordendo o órgão genital do oponente.
Os tratadores têm necessidade de estabelecer uma relação com os koalas que promove o seu bem-estar e desenvolvimento saudável, ou seja, estes criam um l aço afetivo, mas são estabelecidos certos limites. O tratador e os koalas não estabelecem uma forte relação de confiança. “Os koalas não são os animais que mais próximos estão dos tratadores (…) e é uma espécie difícil de tratar (…) o que os torna interessantes.” afirma António Barreto, tratador do Jardim Zoológico de Lisboa.
O dia-a-dia dos tratadores de koalas consiste na alimentação, na limpeza das instalações, na regulação da temperatura, na pesagem dos indivíduos e assegurando o bem-estar e saúde dos mesmos.
A alimentação dos koalas é composta, exclusivamente por ramagens de diferentes tipos de eucalipto, (sendo que o seu tipo preferido, não pode ser ingerido em excesso, visto que pode conduzir a distúrbios intestinais). Estas ramagens provêm de três plantações, sendo estas localizadas: uma no próprio Jardim Zoológico, outra em Salvaterra de Magos, na mata do Escaroupim e no Instituto Superior de Agronomia. Estas ramagens são distribuídas de forma aleatória e desalinhadas assemelhando-se à forma como surgem a na natureza, de forma a estimular o comportamento selvagem dos animais.
A limpeza diária das instalações resume-se à recolha das fezes e folhas que se encontram no chão. Em relação à urina, esta não é retirada, uma vez que é facilmente absorvida pela casca de pinheiro que cobre o pavimento. Desta forma, não há formação de bactérias e fungos que prejudicam os koalas. Por outro lado, as limpezas a longo prazo são realizadas com desinfetantes e produtos químicos próprios para o efeito de desinfeção. Para isso, é retirado toda a casca de pinheiro que se encontra no chão que será posteriormente renovada, esta é retirada e reutilizada para cobrir o pavimento de outros animais.
Os koalas são pesados duas a três vezes por semana, sendo retirados da sua instalação e colocados num pequeno tronco em cima da balança. De seguida registam-se os valores observados e com base nestes é possível averiguar se os indivíduos estão saudáveis
Koomeela, Orana, Bunyana, Moonan, Pintupi são os cinco koalas que habitam, neste momento, o Jardim Zoológico de Lisboa. O peso em média, destes indivíduos, é de sete quilogramas, sendo que as fêmeas, quando estão com o cio, perdem cerca de 200 gramas. É importante apontar que os koalas da mesma família não são colocados na mesma instalação, para que não ocorram casos de consanguinidade. Desta forma, tenta-se evitar que irmãos e pais acasalem e se reproduzam.
Estes tratadores de koalas também prestam cuidados a outros tipos de animais, como o bongo, o suricata, o urso-formigueiro, o áxis e a impala de face preta (esta é extremamente rara, onde metade da população mundial pertence ao Jardim Zoológico de Lisboa).
A alimentação destes varia entre vegetais e frutas, tenébrios, alfobas, palha, feno de luzerna e de aveia e misturas de farinhas com água.
O Jardim Zoológico de Lisboa e os tratadores desempenham um papel fundamental na conservação e bem-estar das espécies. Apesar de, por vezes, lhes ser dada uma menor importância, estes são, na realidade, os grandes sustentadores da biodiversidade do Jardim Zoológico de Lisboa.
Grupo A: Joana Pedro, Artiom Hiloboc e Catarina Pauleta
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