Desde a antiguidade Clássica que o Homem demonstra gosto pelo colecionismo de espécies exóticas. Contudo, ao longo dos tempos, os jardins zoológicos tem alterado a sua forma de estar, tornando-se fundamentais na conservação de várias espécies ameaçadas.
Esta mudança está bem patente nas diferenças que se podem encontrar nos tipos de instalações. Antigamente, os principais focos de preocupação residiam na higiene, na proteção dos visitantes e na facilidade de visualização dos animais. Hoje, todas as atenções estão viradas para o bem-estar dos indivíduos. As jaulas deram origem a instalações feitas à semelhança do habitat natural e seguindo as necessidades de cada espécie. Recorreram ainda à aplicação de técnicas de enriquecimento ambiental, sendo que estas pressupõem cinco dimensões diferentes: social, ocupacional, física, sensorial, alimentar. A social, organizando os animais de acordo com as suas relações e hierarquias no meio natural, como o tigre, um animal solitário, que é colocado em instalações sozinho. A ocupacional, onde os tratadores colocam objetos que visam desenvolver cognitivamente o animal, por exemplo, a colocando estruturas dinâmicas para dificultar o acesso aos alimentos de forma a estimular o instinto de cada espécie. A física, estruturando as instalações de acordo com as diferentes formas de locomoção dos animais; no caso dos primatas as suas instalações são construídas com ramos, redes e cordas, de forma a reproduzir o natural comportamento dos animais. A sensorial, onde são colocados estímulos como cheiros ou sons que se assemelham aos habitats, por exemplo, os felinos que sentem necessidade de marcar território sempre que sentem um odor desconhecido, e por isso os tratadores introduzem-lhes na sua área aromas distintos. E por fim a alimentar, sendo que a refeição nunca é colocada no mesmo sítio, nem à mesma hora com o fim de manter os comportamentos selvagens ativos, tal acontece com os leões a quem a carne é colocada em sacos, que simulam a pele da presa, e é pendurada, obrigando-os a exercitar o salto e a fortalecer as garras.
Todos estes fatores de enriquecimento são fundamentais no caso de uma possível reintrodução, pois muitas das vezes a preservação de espécies ameaçadas vai muito para além das quatro paredes do jardim zoológico. Em determinadas situações a conservação de espécies passa igualmente pela recuperação das condições do habitat, bem como educação das populações humanas presentes no meio natural. Uma vez que na maioria dos casos a destruição das condições indispensáveis para a sobrevivência destes indivíduos são causadas pelo Homem. Exemplos disso são a desflorestação, a caça ilegal, as alterações climáticas e a introdução de espécies exóticas.
Com estas práticas espera-se que, no final de tudo, o animal fique apto para sobreviver no seu meio natural, repondo, assim, a espécie à natureza.
Grupo C: Miriam Costa, Elizabete Cabral, Alessandro Raposo.
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