Esta situação poderia ser uma guerra que envolvesse seres humanos com quem se pudesse lutar. Mas, como em várias alturas da história da antiguidade, é uma guerra que não se pode controlar, nem atacar. Mas “heróis sem capa” surgem por todos os pontos do globo.
Já se esperava que uma crise económica assolasse o mundo inteiro. A única coisa que não se esperava era que viesse alojada com o coronavírus ou a Covid-19. O “pequeno” vírus apenas surge à frente do monstro da Crise Económica que aparece caricaturada por Rodrigo de Matos na edição 2474 de 28 de março de 2020 do jornal Expresso – Caderno Económico. Todos os países fazem um esforço para controlar o vírus, em benefício das suas populações, mas carregam também o peso do esforço económico que prejudicará quase todo a população mundial. Portugal não será exceção.
Porém, na área da saúde ambiental e da sociedade, nem tudo é mau. Num mapa apresentado pelo Diário de Notícias, observa-se que os níveis de poluição dos dois países que se localizam na Península Ibérica, baixaram drasticamente. Isto acontece, fruto do confinamento obrigatório e voluntário das populações, imposto por vários líderes mundiais. Com as pessoas em casa, menos deslocações de transportes se fazem. Menos pessoas consomem serviços como almoçar, ou tomar a sua bica na rua. Tudo isto tem implicações na utilização dos recursos do planeta terra e de todos os países.
Na China, mais precisamente na zona do epicentro do vírus e dos seus arredores, os valores de dióxido de carbono baixaram muito drasticamente. Um cenário nunca antes visto. Nesta altura, verifica-se e comprova-se a pressão que os seres humanos fazem sobre o planeta terra, tem plenamente impacto para o fenómeno chamado de “alterações climáticas”.
Desde 2001, com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio e com o fruto da globalização que os níveis de poluição se têm acentuado. Não só pelas altas produções de bens e serviços, mas também pelo crescimento abrupto da população chinesa. Atualmente, a “lei do filho único” já não se aplica na China (abolida em 2013, mas com benefícios para famílias com até dois filhos). Todos estes fatores contribuíram para anos com elevados valores de poluição no país. A Índia é outro exemplo, muito similar. Apesar de ter condições mais decadentes, fruto de não partilhar do mesmo regime que a China.
No entanto, mesmo com o abrir de horizontes para a despoluição dos planeta Terra, nenhum país saiu ou sairá vencedor desta guerra da saúde. Foi a China quem “motivou” este vírus e será a China um dos países que sofrerá com as consequências do mesmo. Isto não significa que a China é a culpada pela propagação do vírus. Mas significa que todos os países do mundo tendem a olhar para a forma de produzir e consumir serviços de outros países.
Ou seja, esta altura torna-se crucial para que no futuro se implementem medidas benéficas para a mãe natureza. Para deslocar fábricas com mão-de-obra barata e com altos valores de Dióxido de Carbono, para países onde isso não é permitido ou é regulado. Torna-se essencial abandonar o uso de produtos tóxicos para toda a população e para o ambiente (muitos deles produzidos na China). Várias empresas já começam a seguir esse caminho. O que não se sabe é se o objetivo consiste na valorização ambiental. Mas cabe também às pessoas decidir o que comprar e analisar que produtos são benéficos para a sua carteira, mas também para o ambiente. Nesta época de crise que se avizinha com grande impacto, cabe a cada cidadão escolher, mais do que nunca, os produtos e serviços que quer adquirir. Cabe, agora, começar um mundo novo. Um mundo de escolhas mais fáceis (potenciadas pelas empresas) e com um custo-benefício estável.
A China, por vontade própria ou não, impulsionou um movimento no mundo. Cabe a todos os seres humanos decidir continuar a poluir o ambiente ou a adotar medidas do foro ambiental, apresentando um modelo de “uma terra verde”, em que se começa de novo, logo após o fim da pandemia ou, pelo menos, o controle da mesma. Esta altura contribui assim para novos pensamentos, novas formas de economia e novas formas de relações internacionais, na forma como todos os países interagem entre si.
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