“Se EU pudesse mudar o mundo daria ao Ser Humano a capacidade de aprender e de se regenerar para que não repetisse os mesmos erros”, assim se iniciava o homemade video produzido para celebrar o dia do ambiente,
Há cinquenta anos celebrou-se pela primeira vez o Dia da Terra.
Com o derramamento de petróleo sem controlo, com a poluição galopante, vinte milhões de pessoas, indignadas foram para as ruas protestar contra o que reconheceram ser uma crise ambiental. Foi o maior evento cívico do planeta à época e obrigou os governos a tomarem algumas ações concretas, como a criação de agências ambientais, ou o estabelecimento de algumas metas a atingir.
Mas muitas das nossas acções mais egoístas continuaram e com consequências dramáticas: o “pulmão da terra” a arder; habitats em degradação, animais e plantas raras extinguiam-se (e as espécies que sobreviviam davam gritos mudos em pedido de socorro), cidades engolidas pela poluição e pela ditadura do betão; o degelo dos polos uma ameaça cada vez maior; furacões cada vez mais ameaçadores e frequentes devido ao aumento da temperatura dos oceanos.
Irónico… Uma “simples gripezinha”, a Covid-19, obrigou-nos a parar por completo, restando-nos apenas sobreviver! Os transportes pararam, viagens e eventos foram cancelados, cidades foram “obrigadas a dormir”, toda uma liberdade condicionada.
Contudo apenas um pequeno ponto azul conseguiu respirar profundamente de alívio, a poluição atmosférica diminuiu em Portugal, Espanha, Itália, Índia, China e em muitos outros pontos do globo, animais voltaram às suas casas, ursos reapareceram em Molveno, Itália, veados em Odivelas, Portugal, e os golfinhos e os cisnes nos canais de Veneza, cujas águas estão mais azuis que nunca,.
Não podemos, no entanto, voltar ao mesmo: à falta de cuidado que temos para com um planeta, que gentilmente se dispôs a acolher-nos bem como continuar a assistir a comportamentos de racismo e de xenofobia.
Laurel Hanscom, CEO da Global Footprint Network, escreveu recentemente numa carta aberta “queremos construir um mundo onde todos prosperem de acordo com os recursos da natureza. (…) Sem dúvida, racismo, exclusão e opressão são incompatíveis com essa visão. Os movimentos de sustentabilidade e justiça racial estão indissociavelmente ligados.”
PARTILHAMOS DESTA VISÃO:
É impossível continuarmos a viver assim! Sem respeito pelo outro nem pelo nosso “pequeno ponto azul”!
A sustentabilidade tem de ser considerada nas suas múltiplas dimensões: ambiental (e.g., gestão de recursos naturais, produção e consumo responsáveis) social (respeito pela diversidade cultural e direitos humanos e igualdade de oportunidades com inclusão e eliminação da pobreza; diversidade cultural) e económica (eficiência da actividade económica com reconhecimento do valor do trabalho e do direito a um emprego digno sem qualquer forma de exploração.
O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011 Sustentabilidade e Equidade: Um Futuro Melhor para Todos defende que “as abordagens bem sucedidas baseiam-se na gestão comunitária, em instituições amplamente inclusivas e na atenção aos grupos desfavorecidos “ e defende que, “para além dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, o mundo precisa de um quadro de desenvolvimento que reflicta a equidade e a sustentabilidade.”
Este Relatório aponta como promissoras “as abordagens que integram a equidade nas políticas e nos programas e que capacitam as pessoas para originar mudanças nas arenas legal e política”.
Os dados estão lançados, a realidade e os estudos apontam caminhos. A informação e o conhecimento tem de se sobrepor à desinformação e ao obscurantismo cultural.
Atrasados mas ainda a tempo de fazer a diferença … É preciso mudar a nossa mentalidade e agir agora porque, citando Pedro Abrunhosa e Carolina Desland,“do futuro ninguém quer só metade” por isso “vamos estar juntos na mudança”!