A igreja, é uma das partes mais importantes do mosteiro, foi construída com pedra granítica da região bem como madeira de pinheiro revestida com talha dourada nos altar-mor e adjacentes. Neste local encontra-se também o órgão, que funcionava a foles, sendo os “foleiros” as pessoas encarregues de encher com ar o mesmo.
Mas nem só do seu espaço interior vive o mosteiro. Cá fora, existe a “cerca”, uma área verde que conta com mais de 40 hectares. No passado, era a partir das hortas que os monges sobreviviam de forma autossuficiente, sustentável e recorrendo ao atual modelo de economia circular dado que, por exemplo, o lixo orgânico produzido pelo mosteiro era utilizado como adubo nas hortas.
Relativamente à água, tinha o papel essencial de irrigar os campos agrícolas utilizados pelos monges. Este bem indispensável era, e continua a ser, proveniente de minas ou nascentes existentes no terreno, sendo transportado por um aqueduto. Os tempos mudaram, mas a técnica de rega não. “Não utilizamos nada destas novas invenções para a agricultura.” Afirma Cláudia, guia do Mosteiro S. Martinho de Tibães. Atualmente, o milho ali produzido, é vendido para consumo de gado bovino. As escolas da freguesia aproveitam o espaço e pontualmente criam pequenas hortas, de forma a que as crianças possam acompanhar o crescimento das plantas.
A cerca tem uma extensa biodiversidade, incluindo espécies endémicas. Do ponto de vista da fauna, este espaço possui diversos exemplares de Chioglossa lusitanica, vulgarmente apelidada de salamandra-lusitânica. Para além disso, o mosteiro alberga treze das vinte e três espécies de morcegos conhecidas em Portugal. No meio da vegetação frondosa da “cerca” é ainda possível observar dois exemplares de árvores que estão classificadas pelo ICNF, como árvores de interesse nacional, tratam-se do Cedro-do-himalaia e um Pinheiro-bravo. Ao longo dos últimos dois anos que, coincidiram com o período pandémico, o Mosteiro promoveu diversos eventos de promoção da biodiversidade do local.
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