O acesso ao local integra a rede de percursos pedestres existentes em Braga, sendo aberto a todas as pessoas que o queiram visitar, apesar de se encontrar em terrenos privados. A visita pode apenas ser feita na zona exterior, visto que a zona interior dos respiros só pode ser frequentada pelos funcionários responsáveis pela manutenção dos túneis. A presença de outros visitantes pode levar ao aumento da probabilidade da contaminação da água potável.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia de S. Vítor, Ricardo Silva, este monumento de origem “barroca simples”, cuja construção foi idealizada pelo Arcebispo Dom Rodrigo Moura Teles, tinha como objetivo principal a satisfação de uma necessidade humana básica pois, “não há vida sem água”, tratando assim de abastecer de água a região de Vila do Conde à Galiza. O arcebispo faleceu pouco tempo depois de assinar o contrato para a construção, ficando a região 13 anos sem arcebispo até à chegada de D. José de Bragança. O novo arcebispo veio para Braga com o intuito de fazer obras, preocupando-se em perceber o que faltava à região, acabando por “entrar nas entranhas da terra até encontrar as nascentes”, de acordo com Ricardo Silva. O resultado do projeto foi evoluindo até se tornar numa rede de água entre as “casas”, onde esta corre por gravitação (através da força da gravidade) ou pelos respiros (em que uma chaminé liga a superfície à parte subterrânea e o oxigénio inunda as câmaras subterrâneas o que aumenta a pressão atmosférica e empurra as águas). A construção demorou 3 anos tendo sido terminada em 1744, ano em que se iniciou o seu funcionamento.
O monumento é composto por 4 mães de água, 2 delas as Minas gémeas Dr. Alvim, a Dr. Sampaio e a Dr. Amorim. Podemos observar ao todo 14 minas e como exemplo existem a Mina dos Órfãos e a Mina Dr. Nozes. Os nomes são dedicados aos antigos proprietários.
A manutenção do espaço é assegurada pela AGERE, entidade regulada pela Junta de Freguesia de São Vítor, a maior de Braga em termos populacionais.
O brasão que se encontra na primeira mãe de água e “espalhado por vários sítios como o arco da porta nova e a biblioteca municipal” tem presente uma coroa, estando esta sob uma cruz de dois braços. O brasão tem um significado religioso pois, a cruz estar acima da coroa significa que o poder do arcebispo é superior ao do rei e os dois braços representam o poder espiritual e o poder temporal.
A população bracarense acredita em duas possíveis origens para o nome “Sete Fontes”, uma arqueológica, onde o nome se refere às 7 salas em abóbada presentes ao longo do monumento e uma religiosa, explicada pelo significado simbólico do número 7, que representa a abundância, neste caso a abundância de água que esta rede trouxe à população.
You must be logged in to post a comment.