Salvia sclareoides no combate à doença do Alzheimer

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Espécie de Salvia. Em Serra d´Aire e Candeeiros

Salvia sclareoides é uma planta da família das  Lamiáceas. Encontra-se
em matagais desenvolvidos sobre terrenos calcários de montanhas interiores
continentais apenas até aos 1700m de altitude.

Estudos têm sido feitos com o intuito de explorar as
potencialidades desta planta e, recentemente, descobriu-se que a espécie de
Salvia em causa, bastante presente na serra d’Aire e Candeeiros, pode ajudar a
controlar o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Amélia Pilar Rauter, diretora
do Grupo de Química dos Glúcidos do Departamento de Química e Bioquímica da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que lidera a investigação com
Jorge Justino, presidente do Conselho Directivo da Escola Superior Agrária de
Santarém (ESAS), afirmou que, vários extractos desta espécie de Salvia provocam
inibições bastante potentes de enzimas envolvidas na patologia de Alzheimer. Na
opinião dos investigadores as principais vantagens desta descoberta são baixos
custos da sua utilização, comparativamente a outro tipo de medicamentos, a sua fácil
administração e a ausência de toxicidade. “Vários extractos, incluindo a infusão
em água (chá), mostraram a capacidade para inibir as enzimas acetyl e
butirilcholinesterase, envolvidas nas neurotransmissões cerebrais e
responsáveis pela progressão da doença de Alzheimer”, argumenta Amélia Rauter.

No passado dia 9 de Maio de 2013, deslocámo-nos ao
Parque Natural da serra d’Aire e Candeeiros no âmbito da disciplina de Biologia
e Geologia. Durante a visita fomos acompanhados por um guia, o que nos
possibilitou o esclarecimento de dúvidas relativamente a este assunto.

Alcides Ribeiro, o nosso guia, informou-nos que a
serra tem uma grande diversidade de espécies de plantas com poderes curativos e
que, na região, existem mesmo pessoas que se ocupam da recolha destas plantas
para usos medicinais. Umas utilizam-nas apenas para uso doméstico, enquanto
outras para vender, existindo mesmo quem exporte para o mundo inteiro.

Durante a nossa visita tivemos oportunidade de visitar
o Algar do Pena, neste local encontrámos uma espécie de sálvia, (a que está
presente na imagem), que suspeitamos ser a Salvia
sclareoides
, e verificámos que realmente ela existe em grande abundância.
Também pudemos confirmar que a biodiversidade em geral é bastante elevada, num
espaço de poucos metros conseguimos encontrar as mais variadas espécies de
plantas.

De acordo com a nossa pesquisa existem mais de 1400
espécies de Salvia, sendo uma das plantas aromáticas e medicinais mais
utilizadas na medicina popular. Entre os seus princípios activos já conhecidos alguns
estão associados à actividade cardíaca, antibacteriana, insecticida, fungicida
e ao combate às células cancerígenas dos pulmões. A descoberta das propriedades
desta espécie de Salvia, pode ser considerada de grade importância visto que o
Alzheimer é uma doença cada vez mais frequente e, até agora, as possibilidades
de tratamento conhecidas implicavam custos elevados e eram à base de
medicamentos com efeitos secundários que podiam mesmo inviabilizar o seu uso. Esta
descoberta possibilita o controlo do desenvolvimento desta patologia de uma
forma mais segura e mais barata.

Embora a utilização de
plantas para fins medicinais seja bastante antiga, ainda hoje é muito utilizada
e apresenta resultados bastante satisfatórios.