A Lagoa de Pataias é uma zona húmida muito próxima do limite norte do concelho de Alcobaça, mais propriamente no território da União das Freguesias de Pataias e Martingança. A Lagoa faz parte de uma sucessão de zonas húmidas que marcam o litoral português, situando-se num eixo migratório de aves aquáticas. As zonas húmidas são ecossistemas vulneráveis que apresentam grande biodiversidade e poderão estar em risco devido às alterações climáticas e introdução de espécies invasoras ou exóticas.
As espécies invasoras são espécies de seres vivos que não se encontram no seu habitat natural pois foram colocadas noutro local por meios naturais, acidentais ou até mesmo propositados para a caça ou pesca desportiva, por exemplo.
As espécies invasoras para poderem sobreviver num determinado local precisam de se destacar das espécies autóctones, ou seja, encontram uma espécie não adaptada para servir de presa, ou caso seja uma planta, normalmente absorvem de forma mais eficiente o que é necessário para a sua fotossíntese, deixando os animais e plantas já residentes sem alimento disponível, causando assim desequilíbrios ambientais pois muitas dessas espécies mais fracas vão acabar por não resistir e desaparecer.
Na Lagoa de Pataias foram observadas algumas espécies invasoras que afetam o equilíbrio dinâmico deste belo ecossistema, por exemplo, peixes como a gambusia, achigã e a carpa, ou lagostim-vermelho-da-luisiana que afetaram a população do ruivaco-do-oeste existente na lagoa. Grupos de pato-mudo formaram uma colónia na lagoa, apesar de parecerem inofensivos, competem por alimento com os patos selvagens e outras aves; por fim as acácias competem com as plantas autóctones por recursos.
Estes seres vivos invasores quase não têm predadores naturais e desta forma o seu controlo populacional de forma natural é quase inexistente pondo em causa o equilíbrio dinâmico dos frágeis ecossistemas de zonas húmidas, como é o caso da Lagoa de Pataias.
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