2021 entre os 7 anos mais quentes de sempre

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou um relatório sobre as temperaturas e revela que os últimos sete anos foram os mais quentes da História, sendo que 2021 é o sétimo ano mais quente registado.

Segundo o relatório “State of Global Climate 2021”, 2021 foi o sétimo ano consecutivo em que a temperatura global ficou mais de 1°C acima dos níveis pré-industriais. Este estudo revela que as concentrações atmosféricas dos principais gases de efeito estufa, dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, continuaram a aumentar em 2020 e 2021. O nível médio global do mar atingiu um novo recorde em 2021. O conteúdo de calor do oceano atingiu novos recordes em 2019 e depois em 2020, o último ano para o qual uma análise abrangente está disponível. As taxas de aquecimento dos oceanos mostram um aumento particularmente forte nas últimas duas décadas.  2021 entra também para a história como o ano de maior ocorrência de eventos climáticos extremos. Incêndios florestais, ondas de calor e frio, secas, tempestades, inundações, ciclones fora de época assolaram todos os continentes em intensidade recorde. O calor extremo afetou a região do Mediterrâneo em várias ocasiões durante a segunda metade do verão: em 11 de agosto, uma estação agrometeorológica perto de Siracusa, na Sicília, atingiu 48,8°C, um recorde europeu.

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, afirmou que “o ano de 2021 será lembrado por temperaturas recorde de 50° C no Canadá, por chuvas excecionais e por enchentes fatais na Ásia e na Europa, além de secas na África e em partes da América do Sul”, no comunicado de imprensa de 19 de janeiro de 2022, da OMM.

A OMM utiliza seis bases de dados internacionais para garantir uma análise de temperatura o mais completa possível. A agência explica que, desde 1980, cada década tem sido mais quente do que a anterior e a tendência é de que continue sendo assim.

Os indicadores climáticos fornecem uma visão ampla das mudanças climáticas em escala global, abrangendo a composição da atmosfera, as mudanças de energia causadas em grande parte pela acumulação de gases de efeito estufa e a resposta da terra, oceano e gelo. 

Os indicadores globais mostram uma imagem consistente de um mundo em aquecimento. A ZERO analisou os dados publicados pela Agência Europeia do Ambiente no Relatório do Impacto de Eventos Meteorológicos Extremos relacionados com as alterações climáticas em relação a Portugal. Concluiu que somos dos países com maior percentagem de impacto económico das alterações climáticas no que diz respeito a eventos meteorológicos extremos, medido em número de mortes prematuras e perdas económicas. Afirma ainda que Portugal será um dos países mais afetados pelos prejuízos associados aos eventos meteorológicos extremos associados às alterações climáticas ou mesmo à alteração do clima já em curso.

 

Fonte:

https://news.un.org/pt/story/2022/01/1776892

ZERO alerta para elevados custos das alterações climáticas em Portugal