Para ela, a parte mais divertida de trabalhar com espécies marinhas é a de criar desafios aos vários animais e observar que as respostas são sempre diferentes do esperado, de acordo com a idade e personalidade. Este tipo de espécies de golfinhos não são seletivos quanto ao que comem, tendo uma alimentação muito variada e equilibrada, podendo ingerir tanto uma sardinha, como uma *tainha. Tanto comem espécies de profundidade, como presas que vivem a meio da coluna da água. Este tipo de alimentação tem semelhanças à humana, pelo facto de também ser equilibrada e diversificada.
Os golfinhos nascem dentro de água, geralmente no parto, surge primeiro a cauda, seguida do resto do pequeno corpo e, por fim, a cabeça. Com a ajuda da mãe, a cria consegue nadar rapidamente até à superfície para respirar pela primeira vez e durante as primeiras semanas, nada atrás dela. É nesta fase que a cria vai aprender a controlar o espiráculo e a orientar-se até o seu sistema de ecolocalização estar funcional – imitando o comportamento materno.
Nas apresentações ao público, são feitas demonstrações dos comportamentos naturais dos animais, tendo estas como objetivo passar mensagens educativas e sensibilizar o público para a proteção desta espécie. Os “espetáculos” passaram a ser chamados “apresentações”, onde foi encurtado o tempo e passaram a ser demonstrados, principalmente, comportamentos naturais e não as tradicionais acrobacias.
Por trás destas apresentações, os golfinhos têm vários treinos, em que a duração da aprendizagem depende da idade e do método utilizado, podendo durar entre 1 semana a 2 meses. Para os treinos é usado o método do reforço positivo, onde existe uma associação de conceitos em que o animal recebe uma recompensa por cada ação realizada corretamente. Os golfinhos aprendem mais depressa quando observam outros a treinar.
Foram feitas adaptações nas piscinas, a cor do fundo foi mudada para tonalidades um pouco mais escuras, tendo em conta os vários estudos que concluíram que uma piscina com a água mais clara acabava por ser cansativo para os olhos dos animais. Além disso, um dos aspetos negativos destas piscinas é o pouco espaço que os golfinhos necessitam para circular.
Para preservar os comportamentos naturais destes animais, foi feito o enriquecimento ambiental, através de desafios tais como a brincadeira com bolas e caixas que servem para se abrir. Isto acaba por estimular o “sonar” dos golfinhos, visto que estes conseguem identificar as suas formas e despertar o interesse por o que está lá dentro. Para além disto, os golfinhos podem escolher trabalhar em grupo ou individualmente.
Apesar de estarem em cativeiro, é notória a preocupação de toda a equipa do Jardim Zoológico no bem-estar e conservação destas espécies procurando uma aproximação ao habitat natural, pois é evidente que as condições atuais nada têm a ver com o que era antes.
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