Há uma fábrica de bagaço de azeitona, situada junto à estação da CP, em Alvito, a operar desde 1992, que tem vindo a causar graves problemas ambientais, nocivos para a qualidade de vida da comunidade, destruindo o tecido social e emocional da população e a flora circundante, por via do fumo negro e viscoso, que é expelido pelas chaminés, e da água ruça que alaga os terrenos.
A turma do A do 9º ano, da Escola Básica nº1 de Alvito, realizou uma visita ao exterior da fábrica e recolheu imagens e testemunhos de passageiros da CP (já raros) que usam a automotora para se deslocar à cidade de Beja.
Na realidade, a estação da CP e os terrenos circundantes apresentam uma degradação impressionante. A água ruça que sai da fábrica entranha-se na terra, formando um lodaçal negro, nauseabundo, que mata qualquer forma de vida. As árvores e os aloendros parecem saídos de um incêndio devastador, resultado do fumo viscoso e negro e da água ruça provindos da fábrica.
Atravessar a linha férrea para apanhar a automotora induz ao nojo, o que justifica o facto de pouca gente usar esta estação, preferindo (quem tem a possibilidade) fazer mais quilómetros e usar a estação de Vila Nova da Baronia.
Inquirindo alguns utentes da estação, foram ouvidas queixas extensíveis a toda a população: o fumo negro que se espalha pela vila tem um odor forte, malcheiroso, que assenta nos vidros, na roupa, e em tudo o mais, não escapando, certamente, as nossas vias respiratórias. Quando nos queixamos, dizem que o fumo é apenas vapor de água, mas não é o que se vê e se respira.
É claro que a fábrica dá emprego a muita gente, mas também se sabe que deteriora a saúde de quem lá trabalha e de toda a população. Urge tomar medidas que visem otimizar o funcionamento da fábrica, de modo a evitar a sua nocividade. Por outro lado, segundo os ambientalistas, os agricultores deveriam ser informados de que o bagaço é um produto agronómico de excelência que precisa de ser integrado na terra e não queimado a todo o custo.