A Lousãmel é uma cooperativa agrícola de apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes, fundada em 1988, que há 10 anos se tornou de âmbito nacional. É constituída por um conjunto de pessoas que trabalham para um bem comum, com 560 associados de dimensões bastante heterogéneas. A atividade desta cooperativa foca-se na comercialização de mel das explorações apícolas.
As abelhas são essenciais na sobrevivência dos ecossistemas, devido ao seu papel de polinização que transportam o pólen de planta em planta e, dessa forma, garantem a reprodução da mesma.
O Mel da Lousã, é um alimento produzido à base de urze e castanheiro, e o único produzido por insetos. Este contém enzimas, razão pela qual não se deve aquecer a altas temperaturas, uma vez que perde o seu valor nutricional. Há quem defenda que o consumo deste apresenta várias vantagens para a saúde humana, quando comparado a um remédio industrial. A coloração escura atípica do mel proveniente de urze, causava no passado algum receio no seu consumo. Atualmente é um produto bastante procurado por possuir um sabor forte e persistente.
A apicultura continua a ser uma atividade em ascensão, embora não muito atrativa, quer pelos seus problemas, quer pela sua desvalorização. As pessoas que se envolvem nesta atividade, identificam-se mais com os valores relacionados com a sustentabilidade, não dando importância aos valores económicos.
Nalguns países da Europa tem existido uma grande ameaça às abelhas, devido à expansão da vespa Velutina, proveniente da Ásia. Esta é a principal causa de mortalidade das abelhas, implicando uma redução do fortalecimento de colónias e uma das causas do desequilíbrio dos ecossistemas, pois alimentam-se de outros insetos. O clima mais favorável para esta espécie se desenvolver, é normalmente mais a Norte, uma vez que a Vespa velutina apresenta alguma aversão a climas secos.
A partir do mês de Julho, altura em que se costuma fazer a recolha e tratamento do mel e a creta de colmeias de espécies invasoras, é também a altura em que as vespas começam a fazer mais pressão nos enxames. Uma das formas de combate a esta espécie é fazer a deteção precoce dos ninhos. Esta deteção é complicada, uma vez que a espécie consegue camuflá-los facilmente.
Outra medida, em termos de tentativa de controle, é a colocação de armadilhas. Estas são feitas de garrafões de plástico, que, para além de apresentarem um impacto a nível visual, tornam-se armadilhas para outras espécies de insetos, contribuindo para a degradação do equilíbrio do ecossistema.
É necessário ter em conta também, que não é eficaz na sua totalidade, uma vez que capturam as fundadoras, no entanto, as restantes vespas sobrevivem à hibernação e deslocam-se para outros locais, formando novos ninhos.
Do ponto de vista ambiental o ideal seria destruir o ninho utilizando pesticidas e de seguida retirar os mesmos das árvores, mas muitas vezes encontram-se a alturas significativas, impedindo a sua remoção.
Na sequência dos incêndios de 2017, muitas espécies oportunistas começaram a propagar-se, como a acácia e o eucalipto. Esta situação causou um grande impacto nas abelhas, dado que estas se alimentavam da fauna local nomeadamente a urze utilizada para a produção de mel, também.
No que diz respeito à parte laboratorial, este é o local onde, para além de ser realizado o armazenamento dos ovos das abelhas rainhas, para posteriormente serem inseridos em colmeias onde estas não existam, também é feito o tratamento, organização e confeção do mel.
A sobrevivência das abelhas, assenta atualmente em ações de sensibilização em crianças e comunidades sobre a sua importância nos ecossistemas, bem como a valorização do mel e do trabalho dos apicultores, entre outras.
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