O Dia da Floresta Autóctone, 23 de novembro, foi celebrado por 130 jovens da Escola Básica e Secundária do Alto dos Moinhos, inscritos nos clubes Eco-Escolas, Ubuntu, Ciência Viva na Escola e do projeto “Semear Florestas” (ADN-Ambiente), assim como, uma assistente operacional, um psicólogo e vários Encarregados de Educação, em articulação com a Associação de Pais, Junta de Freguesia São João das Lampas e Terrugem, do Gabinete de Sustentabilidade Ambiental e Transição Energética da Câmara Municipal de Sintra e da Forest Stewardship Council (FSC), em Portugal.
A data foi marcada por várias iniciativas entre as quais a plantação de um freixo, oferecido pela Câmara Municipal de Sintra, junto do moinho, e que todos esperam que cresça e permaneça por muitos anos.
Uma floresta autóctone é constituída por espécies arbóreas e arbustivas características do ecossistema local. Neste caso, a floresta autóctone da nossa região é constituída por espécies como o pinheiro-manso, pinheiro-bravo, freixo, medronheiro, sobreiro, teixo, entre outros. Esta atividade pretendeu sensibilizar para a importância da preservação da nossa floresta autóctone como estratégia para a mitigação das alterações climáticas.
Os alunos apadrinharam esta e outras árvores que ali se encontram e assumiram a responsabilidade de cuidá-la com empenho e dedicação.
Contribuiu, também, para assinalar este dia, uma caminhada e um trajeto em bicicleta, desde a escola ao moinho de São João das Lampas. Esta atividade reforçou a ideia da importância da construção de ciclovias e da bicicleta como meio de deslocação sustentável de casa até à escola.
A segurança dos participantes foi assegurada pela GNR que acompanhou todo o trajeto contribuindo para a sensibilização destes temas tão significativos e importantes para o bem-estar da comunidade local. Foi um dia muito especial para todos. Para além da plantação da árvore desenvolveram-se várias iniciativas de sensibilização para o uso consciente de recursos florestais e para a importância da floresta tão presente no nosso dia-a-dia.
Rolos e cadernos de papel, mesas, cadeiras lápis, tapetes de rato, rolhas de cortiça e, tão simplesmente, o ar que respiramos, são bens que a floresta nos oferece e que devemos valorizar, como nos alertaram João Costa e Miguel Soares, membros da FSC, mostrando-nos alguns desses produtos, que vieram de florestas geridas de forma responsável. A FSC foi criada em Portugal em 2007.
O evento usufruiu de um peddy-paper, realizado pela CMS, que tornou mais claro para todos a riqueza da biodiversidade da nossa região e que resulta dos habitats protegidos pelo Parque Natural de Sintra-Cascais. Por exemplo, seres vivos de que é raro ouvirmos falar, animais como o texugo, o sardão, o lagarto-do-mato, o sapo-comum, a salamandra ou plantas como a malva, o tojo e o trovisco. Descobrimos que o esquilo-vermelho está de regresso à região e que há espécies exóticas invasoras como as canas, o trevo-azedo e a avoadinhas que são uma ameaça para os seres vivos autóctones. Para muitos de nós a descoberta da Natureza foi emocionante.
No final, com a colaboração da APEE realizou-se o concurso do almoço mais saudável e sustentável. Os vencedores foram dois alunos do 5.º ano e uma aluna do 6.º ano, premiados com um cantil.
Foi, também, um dia Ubuntu, em que os alunos dos quatro Clubes Ubuntu de 2.º e 3.º Ciclos puderam colocar em prática o que têm vindo a trabalhar, sensibilizando a comunidade para a Ética do Cuidado, alertando para a importância de cuidarmos de nós e da nossa saúde através da prática desportiva, de cuidarmos dos outros no superar das dificuldades e no trabalho de equipa e no cuidado com o planeta, a nossa “casa comum”.
O dia foi divertido e inesquecível ficando a vontade de o repetir e de realizar mais atividades que permitam a ligação entre a comunidade e a natureza, como nos escreveram alguns dos participantes:
– O dia do hoje foi incrível. Adorei a ideia de irmos de bicicleta para o moinho, de termos feito o Peddy Paper e plantado uma árvore. Eu prometo que vou cuidar da nossa árvore. (5.ºC)
– Participei do passeio de bicicleta, sou do clube Ubuntu. Aprendi a fazer grupos sem falar mal uns dos outros. Hoje aprendi a cuidar melhor do ambiente não deitando lixo no chão, a não deixar tudo de qualquer forma. (5.ºE)
– Andar de bicicleta, com um grupo tão grande de pessoas… foi uma atividade muito enriquecedora porque nos responsabilizou para a importância da proteção da Natureza, da conservação e preservação das espécies (porque plantámos uma árvore e fizemos o peddy–paper) e da importância de termos hábitos de vida saudáveis: andar de bicicleta, estar com os amigos contactar com a Natureza e ter uma alimentação saudável. (5.ºE)
– Gostei de plantar uma árvore que simboliza o amor que todos temos pela natureza. Gostei também de andar de bicicleta, mostrando que precisamos de ciclovias e com estes gestos irmos mudando o nosso Planeta. Gostei ainda dos jogos e das atividades que fizemos, porque aprendemos sobre a biodiversidade nesta grande sala de aula. Isto é que é mudar o Planeta Terra. Eu gostei de tudo por termos conseguido juntar tantas pessoas por esta causa. Obrigada. (5.ºF)
– As várias atividades levaram-me a pensar sobre a enorme biodiversidade da minha zona (e em protegê-la) e na minha opinião a melhor atividade que foi feita foi descobrir que FSC existia e a sua utilidade. Fomos e voltámos de bicicleta, que foi uma maneira de alertar as pessoas sobre a importância de uma ciclovia e plantamos uma árvore que no futuro poderá crescer e ajudar a retenção de carbono e produção de oxigénio. Foi muito divertido! Espero que haja mais atividades destas! (6ºC)
– Acho que foi interessante saber mais das plantas e animais autóctones da nossa região, pois a maioria provavelmente não sabe sobre o quão variado pode ser e, assim, tiveram a oportunidade de saber. A atividade foi divertida e motivadora, assim facilitando a aprendizagem. Agradeço à GNR pela proteção e cuidado que tiveram para com os alunos e à CMS pela criação do Peddy-Paper e à FSC por tudo o que nos ensinou. (8.ºC)