Em 2022, tiveram lugar 55 campanhas de monitorização do lixo marinho, em 14 praias de Portugal Continental, destacando-se, no caso do distrito de Aveiro, no qual se situa o nosso Agrupamento, as praias da Barra (Ílhavo) e Furadouro Sul (Ovar). Os resultados destas campanhas permitem-nos ter uma ideia da situação atual destes locais, tal como a percentagem dos tipos de resíduos depositados, a saber: 88% plástico; 6% artigos sanitários; 1,8% papel ou cartão; 1,3% metal; 0,6% vestuário; 0,6% madeira; 0,5% artigos médicos; 0,4% barro e cerâmica; 0,3% vidro; 0,2% borracha.
Partindo de todas estas estatísticas e conscientes das maleitas visíveis nas zonas costeiras, o Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite contribui, deveras, para que os jovens tenham uma perceção do impacto que as suas ações podem originar no ambiente. Assim sendo, nos dias 6 e 8 de maio, os 8.º anos, durante o período da manhã, contando com a parceria da Câmara Municipal de S. João da Madeira, levaram a cabo uma ação de limpeza numa praia situada no litoral norte do Torrão do Lameiro, em Ovar. Se, na manhã do dia 6 de maio, os alunos conseguiram recolher 100 kg de resíduos, essencialmente plástico, na mesma porção de litoral, o grupo do dia 8 de maio recolheu 75 kg. Durante a maré cheia da noite anterior, de cada uma destas manhãs de trabalho, o mar deixou na praia lixo que, antes, se encontrava nas águas do Oceano Atlântico. Infelizmente, se muito deste lixo é proveniente da atividade pesqueira, outra parte provém das ações realizadas a grande distância do mar.
Após o almoço, as turmas envolvidas tiveram, ainda, a oportunidade, de efetuar um dos percursos da Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, criada em 1979, de forma a conhecer uma das áreas protegidas do nosso país e a sua importância na preservação dos ecossistemas costeiros, dado que, devido à sua constituição arenosa, constituem uma excelente defesa contra a intensidade dos ventos, das areias e dos avanços do mar e, consequentemente, uma forma de conservação do património geomorfológico, florístico e faunístico das dunas.
Além disso, a biodiversidade da reserva encontra-se ameaçada por invasoras, uma das principais ameaças à biodiversidade ao nível global (a 5.ª ameaça, de acordo com a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas), como é o caso do chorão da praia (Carpobrotus edulis) e da acácia de espigas (Acacia longifolia).
Ainda neste âmbito, durante o mês de maio, os alunos do nosso Agrupamento saíram à rua, continuando a sua nobre missão: tornar o país mais limpo. Posto isto, a comunidade educativa do AESL provou, mais uma vez, que é constituída por cidadãos de AÇÃO e, por isso, vários grupos de alunos, juntamente com os respetivos professores, empreenderam mais momentos de recolha de lixo, no recinto escolar, nas imediações das escolas e na praia, no âmbito da 4.ª edição do Plogging Challenge Portugal, em parceria com os projetos Ubuntu, Living Peace e Eco-Escolas.
Cuidar do nosso planeta é, sem dúvida, a nossa motivação e estas ações são uma mais-valia para todos. Urge tomar medidas rápidas e constantes, a fim de combatermos o problema da poluição nas praias.
As campanhas de limpeza mostraram e mostram que cada ação importa e que a consciência ambiental se inicia em cada sala de aula, sendo fundamental mantermos o compromisso de educar e motivar as próximas gerações. Qualquer ação, por menor que seja, é importante para o desenvolvimento de um ambiente mais limpo e saudável.
Desta forma, podemos imaginar um mundo no qual as praias se transformem em refúgios de vida e beleza, ao invés de apenas depósitos de lixo. A responsabilidade é compartilhada por todos nós e, unidos, poderemos, com certeza, assegurar que as futuras gerações vivam num planeta mais sustentável e próspero.
Mais poluição nas praias? Não, por favor!
Atualmente, várias regiões do mundo são afetadas por um problema ambiental: a poluição nas praias. Resíduos sólidos, esgotos e poluentes orgânicos provenientes de produtos químicos são algumas das principais fontes de contaminação que afetam, negativamente, a saúde dos ecossistemas marinhos, bem como a das comunidades que dependem dessas áreas, necessitando de viver com qualidade, ao contrário do que sucede, neste momento, à escala mundial.
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