Com a mudança de localização e nova configuração do recinto, a logística mudou também. Em entrevista com Ana Catarina Valente, responsável pelo departamento de Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa e Susana Silva, responsável de Comunicação e Sensibilização da Valorsul, viemos conhecer a “rota dos resíduos” que os festivaleiros não conhecem.
Pelas sombras do festival, toda uma equipa de gestão de resíduos é responsável por manter o novo recinto do Rock in Rio limpo, para a melhor experiência possível. Em entrevista com Ana Catarina Valente, coordenadora da Unidade de Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, e Susana Silva, responsável da Área de Comunicação e Sensibilização da Valorsul, ficámos a entender como tudo funciona.
“Tudo começa com o planeamento. Nós temos estimativas de produção em eventos, não só do Rock in Rio, e conseguimos ter uma estimativa por pessoa do volume de resíduos, e a partir daí tudo começa” conta-nos Ana Catarina. Depois disto, vem todo um trabalho de organização e estruturação, onde é definido em que locais estratégicos são colocados os 1200 contentores (indiferenciados, plásticos, cartão e orgânicos), que turnos farão os 70 cantoneiros envolvidos e muito mais.
Desde 2018, o Rock in Rio incentiva a utilização do copo reutilizável para combater o desperdício de recursos provocado pelos copos de plástico descartáveis. Esta medida, aliada à oferta de bebedouros distribuídos pelo recinto, revela ter um impacto enorme no fluxo de resíduos de plásticos, refere Ana Catarina.
Depois de recolhidos pela Câmara Municipal de Lisboa, os resíduos são encaminhados para as diferentes instalações da Valorsul. De acordo com Susana Silva, os resíduos orgânicos são encaminhados para a Estação de Valorização Orgânica na Amadora, os recicláveis para a Estação de Triagem do Lumiar e os indiferenciados para a Estação de Valorização Energética, no outro lado do rio Trancão e visível do recinto.
Uma das “maiores novidades” é a possibilidade de reciclar cartão com pouca gordura, algo que muitos festivaleiros pensavam não ser possível. No entanto, Susana tira todas as dúvidas: “se a caixa estiver levemente tocada de gordura (…) o cartão acaba por não absorver, e nesse caso específico conseguimos tratar o cartão. Esta mensagem que estamos a querer passar é para desmistificar que a caixa da pizza vai sempre para o lixo comum, não é verdade, temos que analisar a contaminação”. Com esta campanha, a Valorsul espera conseguir reciclar ainda mais material, contribuindo assim para um festival e país mais sustentável.
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