Guerra: só agrava os problemas. Mais verbas para o ambiente, já!

Faltam verbas para proteger a biodiversidade, mas gastam-se milhares de milhões de dólares em armamento. Quais as despesas com o armamento?

Segundo alguns analistas, a Rússia está a transformar a sua economia numa economia de guerra, tendo destinado, para o orçamento de 2025, 40% da despesa à Defesa, muito por força da sua intervenção na Ucrânia. Também a Ucrânia, com um produto interno bruto muito inferior ao dos países mais industrializados, se encontra no top 10 do ranking dos mais despesistas com a guerra (wikipedia, 2023). Mas serão os únicos países a fazê-lo?
Para saber se é assim, efetivamente, atente-se nos dados conhecidos, em relação ao ano de 2023, ainda antes da situação hoje conhecida, por exemplo, em relação ao Médio Oriente (Palestina, Faixa de Gaza, Síria, Líbano…).

Ranking /Países (Despesa dos Estados em mil Milhões de dólares)
1  Estados Unidos  (916,0)
2  China  (296,0)
3  Rússia  (109,0)
4  Índia  (83,6)
5  Arábia Saudita  (75,8)
6  Reino Unido  (74,9)
7  Alemanha  (66,8)
8  Ucrânia  (64,8)
9  França  (61,3)
10 Japão  (50,2)

Pôr o ambiente na agenda dos países é a missão da COP

Guerra ou ambiente?

A guerra, apesar das suas causas e justificações, resulta em destruição irreparável. Escolher o ambiente como prioridade significa prevenir conflitos, já que muitas guerras modernas são motivadas por disputas por recursos naturais. Ao cuidar do planeta, preservamos a vida humana, animal e a estabilidade económica.
Alguns países, ao invés, têm dedicado grande importância ao clima, destinando parte importante dos seus orçamentos ao ambiente e apostando em elevar os índices de proteção ambiental1. Atente-se nos dados que se apresentam a seguir:

Ranking /Países (Índice de Desenvolvimento Ambiental)
1  Dinamarca (77.90)
2 Reino Unido (77.70)
3  Finlândia (76.50)
4  Malta (75.20)
5  Suécia (72.70)
6  Luxemburgo (72.30)
7  Eslovénia (67.30)
8  Austria (66.50)
9  Suiça (65.90)
10 Islândia (62.80)

Dar prioridade ao ambiente é a escolha que beneficia todas as formas de vida no longo prazo.
Por causa das guerras acontecem várias consequências, negativas, como por exemplo:
– Os gastos com o armamento.
– As perdas de vidas.
– Destruição em massa.
– Traumas psicológicos.

Qual a melhor opção?

Os gastos com defesa, em muitos países, são uma prioridade alta, especialmente em contextos geopolíticos tensos ou em países com investimentos militares significativos. Esses gastos incluem não apenas a manutenção de forças armadas, mas também a pesquisa em novas tecnologias de armamento, defesa cibernética e segurança nacional. Para países com ameaças militares, esses gastos são essenciais para a sua segurança e estabilidade. No entanto, as despesas excessivas em defesa podem desviar recursos de áreas críticas, como a saúde pública, educação e, claro, o ambiente.

Qual o principal alerta lançado e apelo veemente do Secretário-Geral da ONU?

O principal alerta e apelo veemente lançado pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, tem sido, ao longo dos últimos anos, a urgência de agir contra as mudanças climáticas negativas e a necessidade de um esforço global mais amplo para enfrentar a crise climática. Ele tem sido muito assertivo sobre o risco de um colapso irreversível se as ações imediatas não forem tomadas para acalmar as emissões de gases de efeito estufa e para proteger as populações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. (https://news.un.org/en/story/2021/11/1098227)

Quais são os objetivos da Conferência do Clima (COP29)?

António Guterres, secretário-geral da ONU, fez uma declaração dramática sobre a responsabilidade dos estados para evitarem a catástrofe, afirmando: “estamos na contagem decrescente final para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, com o objetivo de evitar os piores impactos da crise climática. E o tempo não está do nosso lado. Neste período crucial, apelo aos líderes globais presentes na conferência climática #COP29 para que se deixem guiar por uma verdade clara: O financiamento climático não é caridade, é um investimento. A ação climática não é opcional, é um imperativo. Ambos são indispensáveis: para um mundo habitável para toda a humanidade e um futuro próspero para todas as nações da Terra.”

As três prioridades da COP 29 são:
– Eliminação progressiva dos combustíveis fósseis;
– Construir sociedades resilientes às alterações climáticas;
– Investir fluxos financeiros no clima;
Conselhos muito importantes se queremos, de facto, defender o nosso planeta.

1 Apenas o Reino Unido surge no top 10 dos dois rankings, o que significa que muito mais pode ser feito, promovendo a Paz

Melania Ukrayintseva e Luana Santos