Agrupamento celebra a Terra que é de Todos!

No decorrer da Semana da Terra, que se estendeu entre finais de março a inícios de abril, o Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, em S. João da Madeira, deu voz aos seus jovens na celebração de duas datas ambientais de grande importância: o Dia Internacional das Florestas (21 de março) e o Dia Mundial da Água (22 de março). Num tempo em que os alertas climáticos se intensificam, os alunos mostraram que têm consciência, vontade e conhecimento para agir em prol do seu planeta.

Florestas: alimento, abrigo e futuro

Este ano, o tema lançado pela ONU, para o Dia Internacional das Florestas foi “Celebrar as florestas e os alimentos”, uma proposta que evidenciou a ligação essencial entre os ecossistemas florestais e a segurança alimentar global. Na verdade, as florestas são fontes vitais de alimentos como frutos, raízes e sementes e são o sustento de milhões de pessoas, especialmente, em zonas rurais e comunidades indígenas. Mais de 85% das grandes cidades do mundo dependem das bacias florestais para o abastecimento de água potável — uma realidade que destaca o papel silencioso, mas insubstituível, das árvores, no nosso dia a dia.

Apesar disso, as ameaças persistem. Todos os anos, milhões de hectares são destruídos pela desflorestação, urbanização e incêndios, comprometendo a biodiversidade, a estabilidade dos solos e o equilíbrio do clima. No entanto, há sinais positivos ao nível local: o município de São João da Madeira tem apostado na requalificação dos espaços verdes, tornando a cidade mais resiliente e sustentável, melhorando, sobremaneira, a qualidade do ar e a estabilidade dos solos.

No Agrupamento, a plantação simbólica de árvores foi adiada devido às condições meteorológicas, mas não esquecida. No dia 9 de abril, com o apoio da autarquia e do CRE-Porto, foram plantadas árvores como lódãos e ciprestes e arbustos autóctones como pilriteiros, murtas e folhados, promovendo a biodiversidade do jardim escolar e da cidade. A ação envolveu diferentes níveis de ensino e reforçou a importância de se recuperarem os ecossistemas locais com espécies adaptadas ao nosso clima. Além disso, os alunos participaram no projeto “Histórias da Ajudaris em Voz Alta”, contribuindo com a leitura expressiva de textos dedicados à educação ambiental.

É fundamental que a consciencialização da população sobre a importância das árvores não se limite apenas a este dia. A proteção das florestas e a promoção da reflorestação deverão ser preocupações constantes. Cuidar das florestas não é apenas preservar a natureza é proteger a vida, a alimentação e o futuro da Humanidade. Assim, neste Dia Internacional das Florestas, o apelo é claro: valorizar, proteger e plantar mais árvores, sendo o ponto de partida para atitudes mais sustentáveis, todos os dias do ano.

Água: um recurso precioso e sob ameaça

O Dia Mundial da Água, celebrado a 22 de março, foi igualmente assinalado com exposições temáticas realizadas pelos alunos do 2.º ciclo, no Bloco C da escola sede. Este ano, a ONU escolheu como tema “A Preservação dos Glaciares”, sublinhando a importância destes gigantes gelados como reservatórios naturais de água doce, essenciais para o abastecimento de água potável, nomeadamente, no desenvolvimento da agricultura e da indústria, e para a manutenção de ecossistemas equilibrados.

Num planeta onde mais de 2 mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável e no qual os efeitos das alterações climáticas comprometem os ciclos naturais da água, a proteção deste recurso tornou-se urgente. Apesar de os oceanos cobrirem mais de 70% da superfície terrestre, apenas uma pequena fração é utilizável para consumo humano — um dado científico que reforça a necessidade de estratégias integradas que envolvam a modernização dos sistemas de captação e o tratamento de água; o incentivo à reutilização e à poupança; a promoção de políticas públicas que favoreçam a equidade no acesso e  o investimento em educação ambiental desde cedo.

Uma geração que quer fazer a diferença

Estas atividades, integradas na Semana da Terra, entre as quais se destacam, ainda, a participação na 5.ª edição do «Plogging Challenge Portugal», a partir do reconhecimento da importância da caminhada ao ar livre e da manutenção dos espaços limpos, assim como a visita à ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, S.A., em Aveiro, por parte dos alunos do 7.º ano, mostraram que os alunos do AESL não são apenas aprendizes, mas protagonistas de uma mudança que é urgente. “Plantarmos árvores, pouparmos água, reciclarmos papel: são gestos simples, mas com impacto real”, como partilhou um jovem envolvido no projeto. “Somos os futuros cientistas, líderes, educadores e cidadãos, mas já podemos, hoje, ser parte da solução.”.

Mais do que comemorações pontuais, estas datas foram encaradas como pontos de partida para um compromisso contínuo com o planeta e para uma mudança efetiva. Proteger este recurso é garantir vida, dignidade e justiça social para todos, hoje e no futuro.

A comunidade escolar deu um exemplo claro de como a educação pode (e deve) estar ao serviço da sustentabilidade. Afinal, cuidar da Terra é cuidar do nosso próprio futuro.