Pesticidas: A verdadeira praga?

Nos últimos anos tem-se verificado um desenvolvimento das técnicas utilizadas para o controlo de pragas nas plantações agrícolas. No Alentejo o método mais recorrente é o uso de pesticidas, de modo a exterminar a praga e permitir um produto de qualidade sem interrupções no seu crescimento.

Os pesticidas são todas as substâncias ou misturas que têm como objetivo impedir, destruir e repelir qualquer praga. Um pesticida pode ser uma substância química ou um agente biológico que é lançado de modo a atingir as pragas que estão a destruir a plantação. Não são necessariamente venenos, porém, em maioria, são substâncias toxicas ao ser humano.

O uso de pesticidas está presente na agricultura desde o início desta atividade e muito tem sido questionado ao longo dos anos. Sendo estes inicialmente produtos biológicos que exterminavam os seres vivos não pretendidos nas plantações, com o desenvolvimento da tecnologia, surgiram os pesticidas químicos que provaram ter uma eficácia superior e passaram a ser os eleitos pela maior parte dos agricultores. Em Portugal, em 2015, foi aprovada uma lei que visa a fiscalização do uso de pesticidas, obrigando os produtores a adquirir uma licença.Diapositivo1

Em Elvas, um produtor agrícola explicou-nos o porquê do uso deste método na sua plantação: “Uso pesticidas, pois trata-se de um método fácil de adquirir e com grande eficácia. Os meus produtos crescem em grande quantidade e com qualidade e as pragas são eliminadas.”. Esta opinião parece ser quase unânime entre os agricultores da região, que consideram os outros métodos de eliminação de pragas demasiado complicados ou dispendiosos.

Este mesmo produtor revelou alguns dos pesticidas que utiliza na sua plantação: “Utilizo Cobre nordox, Sufrevit, EpiKSG, Tomcato, entre outros.” Os químicos enumerados por este agricultor são, respetivamente, um bactericida, um fungicida, um inseticida e um herbicida. Apenas o uso combinado destes pesticidas é que permite a total eliminação e prevenção das pragas.

Apesar de todas estas vantagens do uso de pesticidas que os agricultores tanto fazem questão de evidenciar, existe um conjunto de consequências não tão agradáveis e que pode pôr em causa a saúde pública.

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No caso de haver um mau uso dos químicos, pode vir a existir uma contaminação e desertificação dos solos. E o uso intensivo destes mesmos químicos pode causar a degradação dos recursos naturais, levando ao desequilíbrio biológico e ecológico. Por outro lado, através da seleção natural, as pragas tornam-se mais resistentes aos pesticidas, o que por sua vez leva os produtores a intensificar o uso dos mesmos, sendo um ciclo nocivo.

As consequências ambientais dos pesticidas não são as únicas, nem as mais graves, uma vez que à exposição a longo prazo aos mesmos estão associadas doenças respiratórias, problemas de memória, problemas de pele, cancro, entre outras enfermidades.

Como pudemos perceber, os pesticidas são uma prática comum entre a maior parte dos agricultores da região alentejana e, apesar de serem inegáveis os seus efeitos positivos no controlo e eliminação de pragas, são também diversas as desvantagens que estes acarretam. Como tal é necessário que se faça uma utilização mais consciente destes químicos e que exista uma maior fiscalização da mesma.

Bibliografia 

http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/sociedade/detalhe/obrigados_a_pagar_curso_para_usar_pesticidas.html

http://biologia-pesticidas.blogspot.pt/2009/05/vantagens-e-desvantagens-do-uso-dos.html

http://www.infoescola.com/agricultura/pesticidas/

http://www.sipcam.pt/produtos_det.asp?ID_produto=24&ID_categoria=

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pesticida#Tipos_de_pesticidasesse

http://www.infoescola.com/doencas/doencas-causadas-por-bacterias/

Carlos Balsas (12.ºC), Isabel Godinho (12.ºC), Miguel Romísio (12.ºC)