Quando se aborda o tema diversidade genética estamos a referir-nos às múltiplas variações de genes que existem dentro de uma espécie. Estas variações dizem respeito ao número total de características genéticas que fazem parte do leque genético de que uma espécie ou subespécie dispõe.
É importante salientar que diversidade genética não é sinónimo de variabilidade genética. Este último conceito refere-se apenas às variações genéticas dentro do mesmo património genético.
Um dos principais responsáveis pela biodiversidade no planeta Terra é a diversidade genética, deste modo, percebemos que há uma relação de codependência entre estes dois aspectos, tornando assim obrigatória a existência de um para a preservação do outro.
A variedade genética é fundamental para que as populações de seres vivos se adaptem ao meio ambiente. Portanto, quanto maior for a pluralidade genética, mais facilmente a espécie se adaptará e resistirá às mudanças ambientais, podendo assim gerar descendência, de forma a manter “viva” a espécie.
As variações no conjunto de genes de uma espécie são originadas, principalmente, por fenómenos de recombinação genética e como resultado de mutações génicas (como prova a teoria Neodarwinista, atualmente aceite). No entanto, Darwin afirmou que a selecção natural não provoca ou desencadeia a variabilidade intraespecífica mas sim que selecciona as variações ou características que conferem vantagem num determinado meio.
-
O PROBLEMA:
A questão que tem atormentado não só muitos ambientalistas e biólogos mas também simples cidadãos preocupados com o futuro do nosso planeta, é o facto de esta diversidade genética, que aparentava ser indestrutível, estar a desaparecer dia após dia, a uma escala cada vez maior. O principal responsável por este problema é, sem dúvida alguma, o Homem, e os seus atos violentos e destrutivos sobre a natureza são um dos principais fatores da diminuição da diversidade genética nas espécies.
Apesar de a população mundial ter consciência de que muitas espécies já foram extintas e que existem outras tantas em vias de extinção, são praticamente nulos os esforços feitos pela comunidade com o objetivo de diminuir este problema.
-
CAUSAS:
Como principais causas deste problema temos:
– Destruição de habitats;
– Uso excessivo de recursos naturais;
– Poluição;
– Introdução de espécies invasoras/exóticas;
– Aquecimento global;
– Contaminação de água, solo e ar.
Podemos também considerar que as alterações climáticas, como resultado do aumento do efeito de estufa (provocado pelo Homem) podem contribuir para a extinção em massa de determinadas espécies, no caso de impossibilidade de adaptação às novas condições ambientais, o que nos leva, de novo, à questão de que quanto menor for a diversidade genética de uma espécie menor será a probabilidade e capacidade de esta se adaptar e conseguir sobreviver em condições adversas.
De uma forma mais resumida, podemos então dizer que quanto maior for a diversidade genética de uma população, maior será a probabilidade de sucesso evolutivo, uma vez que caso ocorram mudanças ambientais, a população com uma maior variabilidade genética, ou seja, com um maior número de alelos responsáveis pelas variações de uma determinada característica, terá maior possibilidade de ter um alelo que responda de forma mais eficiente às novas necessidades causadas pelas mudanças do meio.
Termino, alertando para a urgência de tomada de medidas para que se reduza este problema tão fortemente desprezado pela sociedade. Qualquer erro, quer intencional ou não, que prejudique o nosso planeta será, mais cedo do que se espera, um problema que toda a humanidade terá de enfrentar e tentar combater e, nessa altura, o Homem estará numa posição bastante vulnerável e crítica e totalmente dependente das intenções da mãe natureza.