Até à segunda metade do século XX, o Ser Humano considerava que vivia num planeta sem limites, onde as consequências das suas ações nunca seriam sentidas pela humanidade.
Se os avanços da tecnologia e da ciência nos permitiram usufruir de uma “Vida-Boa”, com maior conforto e com melhores condições de vida, também estes avanços trouxeram consequências desastrosas para o nosso ambiente, pois tudo o que se pensava ser inesgotável tem vindo a ser consumido de forma irresponsável por influência direta do ser humano. Neste sentido, um dos grandes desafios que hoje se coloca, em pleno século XXI, consiste na preservação do ambiente, sendo necessário salvaguardar a equidade das gerações, assentando toda a nossa prática num modelo de desenvolvimento sustentável.
Todos os dias, os meios de comunicação social divulgam notícias sobre problemas ambientais e a melhor maneira de os resolver é evitá-los. É, portanto, imprescindível ter consciência de que o desenvolvimento e o aumento de bem-estar, a que todos sempre aspiramos, não podem comprometer o futuro das gerações vindouras, como tem acontecido até então. Ainda que estas questões ambientais continuem sejam debatidas e trabalhadas em múltiplas cimeiras, por forma a serem deliberadas resoluções, estas nem sempre cumpridas no sentido de diminuírem os impactes ambientais da ação humana no planeta Terra.
Dessas múltiplas cimeiras, destacam-se a Convenção sobre Mudanças Climáticas, a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a Declaração do Rio, a Declaração sobre Florestas e a Agenda XXI, o que tem contribuído para a identificação de problemas e para o desenvolvimento de uma consciência ambiental cada vez mais abrangente.
Contudo, será que o ser humano rege toda a sua conduta tendo em atenção a sustentabilidade Ambiental? Será o Ser Humano, um ser consciente dos limites da nossa Natureza? Por que razão continuamos nós a poluir? Quais as consequências para os nossos solos, atmosfera e água?
É também a nível local que podemos considerar estas questões e avaliar o impacto da ação humana no nosso espaço circundante, nomeadamente na nossa floresta. Por exemplo, a área florestal de Cantanhede, área de vegetação natural, tem uma proporção de 1 403 ha, ou seja, 3.5% da área total de Cantanhede. As áreas florestais configuram três núcleos de grande extensão. O primeiro localiza-se na freguesia da Tocha e corresponde à área do perímetro florestal, com uma forma compacta e sem zonas de interpenetração da floresta com outros usos. O segundo de dimensões consideráveis localiza-se a Norte de Cantanhede e São Caetano, o Sul de Febres e Norte de Pocariça, Ourentã e Sepins. O terceiro, de menores dimensões localiza-se a Sul do concelho abrangendo parte das freguesias de Portunhos e Ançã e ainda o Sul das freguesias de Outil, Cordinhã e Murtede.
As florestas desempenham um importante papel na luta contra as alterações climáticas, pois as plantas e as árvores absorvem e armazenam gases com efeito de estufa, retirando-os da atmosfera. O lixo é, assim, considerado uma fonte de ignição ou combustível de eleição dos incêndios florestais. Todavia, atividades como o lançamento de resíduos no solo, o abate de árvores e os incêndios reduzem a absorção de carbono ou chegam mesmo a invertê-lo, transformando as florestas em fontes de emissão.
O trabalho de conservação ambiental esbarra, portanto, em problemas que podem ser evitados, como o lixo jogado na natureza, por exemplo, que ameaça a fauna, a flora e o próprio Ser Humano. É considerado lixo qualquer resíduo sólido produzido pelo homem, como garrafas, sacos plásticos, embalagens, baterias, pilhas e até restos de comida. Além de causarem a poluição visual e mal cheiro, esses resíduos poluem a água, o solo e colocam os animais em risco, já que eles podem ferir-se em materiais cortantes ou mesmo ingerir os materiais descartados de forma indevida na natureza.
Neste sentido, é urgente promover bons hábitos para a conservação e preservação da natureza, prevenir a poluição e educar para a sustentabilidade ambiental.
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