Neste ano letivo, os alunos do 7º ano da Escola Cidade de Castelo Branco tiveram oportunidade de observar, in loco, as cobras pintadas no Geopark Naturtejo, mais precisamente, na Rota dos Fósseis de Penha Garcia.
Numa caminhada dos Penhascos de Penha Garcia até ao rio Ponsul, num percurso de cerca de 3Km, com um declive bastante acentuado, os alunos puderam observar, com a orientação de responsáveis do Geopark, vestígios muito bem conservados da Era Primária (ou Paleozóica), datados de há quase 500 milhões de anos. Foi como se fizessem uma viagem no tempo.
Observaram as cobras pintadas, assim designadas pelo povo desde há muitos anos, quando observava os relevos marcados nas rochas de Penha Garcia, sem saber qual a sua origem. Só no século XX se descobriu o verdadeiro valor de tais marcas. Trata-se, afinal, de cruzianas, ou seja, marcas das rotas de alimentação das trilobites, primitivos seres vivos invertebrados que habitavam os oceanos.
Isto pode parecer estranho, uma vez que, atualmente, esta região se encontra afastada do mar mas, naqueles tempos remotos, eram os mares, poucos profundos, que dominavam nesta área e, como praticamente não havia vida na terra, as trilobites acabavam por ser autênticos reis dos mares.
Estes fósseis designam-se por fósseis de idade, uma vez que nos ajudam a identificar o período de tempo geológico. Os fósseis de idade caracterizam-se por viverem num curto período de tempo geológico e numa grande expansão geográfica.
Este importantíssimo achado geológico levou a que o Parque Icnológico de Penha Garcia se tornasse um local de grande interesse para paleontólogos e cientistas de todo o mundo.
A sensação de descoberta por parte dos alunos, nesta visita, foi praticamente comum a todos os participantes. É interessante referir que, sendo locais tão próximos da escola, não eram conhecidos pela maioria dos alunos que ficaram surpreendidos com a riqueza do património geológico da área visitada.
