Planta exótica ameaça o Guadiana

A dispersão da planta exótica invasora, jacinto de água, representa uma ameaça para o rio Guadiana, uma vez que o seu crescimento excessivo sobre a superfície da água origina a obstrução da luz solar, impedindo o desenvolvimento de outras plantas aquáticas. Iremos apresentar um método de prevenção para evitar a sua expansão.

A espécie que vamos abordar neste trabalho tem-se propagado por várias zonas do país incluído a nossa localidade, Elvas. A população e a comunidade científica tem mostrado uma grande preocupação perante esta situação, uma vez que, afeta a qualidade da água e os outros seres nela existente.
Esta planta é caracterizada por ser uma erva aquática constituída por folhas aéreas verdes que possuem flores azuis ou violetas agrupadas em espigas. Reproduzem-se essencialmente em canais de irrigação, lagoas, charcos ou regolfos de barragens, logo possuem baixa tolerância à salinidade. O seu crescimento excessivo, leva à obstrução da luz solar impedindo a oxigenação da água, reduzindo a biodiversidade presente. A origem desta planta é devido às altas temperaturas e à escassez de chuva nos meses de verão, fazendo com que esta espécie cause danos em infraestruturas hidráulicas e no ecossistema fluvial de rios ou barragens. O seu desenvolvimento pode levar ao entupimento de canais e impedir a navegação, limitando o uso recreativo da água(3). O crescimento destas plantas abaixo dos 12ºC e acima dos 33-35ºC não ocorre, pois a temperatura ideal ao seu crescimento é entre os 25-30ºC. (2)
Segundo informações prestadas à agência Lusa pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), a dispersão da planta no Guadiana “é preocupante e uma ameaça, pois trata-se de uma espécie invasora com elevada capacidade de propagação e consequentemente com elevada capacidade de degradação da qualidade da água”. A propagação da planta atingiu a fronteira do Guadiana entre Portugal e Espanha, coincidente com a confluência do rio Caia, tornando-se assim um problema da nossa localidade. (1)
Para prevenir a expansão desta espécie foi necessário desenvolver medidas que impedissem a passagem dos Jacintos de água para o resto do rio, ou a destruição desta espécie invasora, sendo estas do tipo químico, físico e biológico. No controlo químico, são utilizados herbicidas, mas é dispendioso e apenas temporário. Tem efeitos em espécies não alvo e a sua eficácia esta muito dependente da idade e estado fenológico das plantas e temperatura o que pode resultar em níveis de sucesso muito baixos. O controlo físico consiste na remoção manual ou com ceifeiras ou aspiradores. Por vezes usam-se barreiras flutuantes, para conter a espécie dentro de uma pequena área. Existem vários agentes de controlo biológico (bactérias e fungos) libertados em vários países para combater esta planta. Estes agentes podem sugar a seiva e alimentar-se no interior dos caules. No entanto, a impossibilidade do seu uso no nosso país determina que este tipo de controlo não seja ainda uma alternativa. (5)
Na nossa localidade, o controlo desta espécie é determinado pela utilização de barreiras flutuantes. Nos tempos quentes o EDIA tem realizado ações semanais de recolha de exemplares do rio, “o que tem sido, até agora, suficiente para impedir a dispersão da planta para jusante em direção à albufeira do Alqueva. Esta medida, contudo, pode não ser suficiente para afastar de Alqueva uma das mais perigosas infestantes do mundo. Elizabete Marchante, investigadora do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, afirma que “basta um pequeno fragmento para se conseguir reproduzir sem obstáculos” e ativar descontroladamente a sua presença noutro local. (4)
A EDIA indica que está a estudar a localização, a geometria e o modo de funcionamento de novas barreiras no Guadiana e “a eventual mobilização de procedimentos e equipamentos mais específicos e mais habilitados para o trabalho preventivo de contenção, recolha e processamento” da planta. (6)

WEBGRAFIA
(1) http://www.dn.pt/sociedade/interior/planta-exotica-jacintodeagua-ameaca-guadiana-5007849.html
(2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Eichhornia
(3) http://www.charcoscomvida.org/uncategorized/jacinto-de-agua
(4) https://www.publico.pt/local-lisboa/jornal/elevados-caudais-no-guadiana-ja-fizeram-chegar-o-jacinto-deagua-a-30km-de-alqueva-26425193
(5) http://invasoras.pt/fichas/#
(6) http://regiao-sul.pt/2016/01/31/ambiente/planta-exotica-jacinto-de-agua-ameaca-guadiana-mas-ainda-nao-atingiu-alqueva/158063

CALDES, Anabela Russo FERRAZ, Catarina Ferreira MOLEIRO, Daniela Sofia Arguelles