Segundo declarações oficiais do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Agualva e Mira Sintra, Carlos Casimiro, há cerca de 30 anos, corria então o ano de 1987, a Câmara Municipal de Sintra emitiu um alvará que permitia a construção de prédios semelhantes aos que haviam sido construídos mesmo em frente do terreno.
Teoricamente tudo bem. As escavações foram iniciadas pois a intenção da empresa era construir prédios com 6 pisos subterrâneos (caves).
Tal foi a surpresa quando, acidentalmente, romperam o nível freático da ribeira que aí passava e a água começou a vir à superfície em grande quantidade e com uma qualidade rara até formar o lago que conhecemos hoje como “o lago dos 4 caminhos”.
Este ‘incidente’ provocou o embargo da construção por parte da CMS. Entretanto, o promotor da obra reclamou os seus direitos como proprietário do terreno e pediu um plano de pormenor (instrumento jurídico no qual a respectiva CM “se pronuncia” sobre um terreno em particular).
Este plano sofreu então muitos avanços e recuos, com projetos de volumetria menor que se ajustassem o terreno que tinham disponível para construir. Na época, esse PP apresentado pela empresa de construção foi então chumbado na Assembleia de Freguesia de Agualva e ficou alguns anos “na gaveta”.
Em 2006, a validade do Alvará emitido em 1987 expirou e este foi declarado nulo, ou seja, neste momento e naquele terreno, é completamente impossível construir o que quer que seja, o que é bem visto pela Junta de Freguesia de Agualva pois esta deu-nos a conhecer o seu objectivo sobre este terreno que consiste num plano de recuperação que poderá vir a dar lugar a um parque de lazer e a mais um ponto verde bem no centro da cidade, destacando a sua grande e excelente biodiversidade. Está por isso prevista, a revisão do PDM de Sintra e a classificação deste terreno como um “espaço verde” onde seja impossível construir algo.
“É aquilo que eu defendo, é por isso que eu luto. Aquela água tem condições ímpares, de grande qualidade que pode ser aproveitada para um parque de lazer com uma lagoa e uma cafetaria. Ou seja, vamos pôr aquele espaço ao serviço da população. O nosso grande problema é o facto de ser um terreno privado. A Câmara está a planear negociar um novo terreno em alternativa onde este possa construir para que possa permutar com o que tem em sua posse atualmente.” – Carlos Casimiro.
Enquanto este espaço está interdito, a biodiversidade desenvolve-se cada vez mais: aqui habitam algumas espécies variadas de fauna e flora como vemos nas imagens, os patos e toda o verde que envolve o lago. Na área circundante a este, fixaram-se algumas hortas clandestinas que se “aproveitam” do solo extremamente fértil. Um verdadeiro paraíso no meio da Cidade! Um excelente exemplo de “BiodiverCidade”!
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