Os alunos foram recebidos pela bióloga Carla Silva e pela engenheira Maria José Bettencourt que se disponibilizaram para nos ajudarem na nossa missão de Jovens Repórteres para o ambiente. Ambas foram muito claras nas suas exposições e também nos facultaram tabelas e sites para podermos complementar os nossos estudos.
Da análise destes documentos, retirámos as seguintes informações: o arquipélago dos Açores, constituído por 9 ilhas e alguns ilhéus, resultado de mecanismos sísmicos e vulcânicos particulares, localiza-se em pleno Oceano Atlântico, o que lhe confere condições particularmente importantes e especiais. Esta região singular é fortemente marcada pela sua natureza insular que lhe proporciona a presença de recursos naturais únicos que são reconhecidos inclusivamente a nível internacional. Com efeito, a localização geográfica e as características geofísicas e edafoclimáticas do arquipélago, modeladas pela intervenção humana, deram origem a uma variedade de ecossistemas e paisagens que proporcionam a existência de um interessante número de habitats que albergam uma grande diversidade de espécies, incluindo endemismos (espécies que apenas ocorrem nas ilhas dos Açores) e espécies-relíquia do ponto de vista biogeográfico e/ou genético.
De acordo com a publicação de Borges,et. al (2010) (“Listagem dos organismos terrestres e marinhos dos Açores”), a diversidade de organismos do arquipélago dos Açores é de 8047 taxa (espécies e subespécies). O número de espécies e subespécies terrestres é de 6164 (Fungi – 1328, Chromista – 4, Protoctista – 575, Plantae – 1590 e Animalia – 2667), sendo 452 endémicas (Fungi – 34, Protoctista – 7, Plantae – 80 e Animalia – 331). No entanto, estes números estão subestimados, uma vez que estudos recentes têm revelado novos taxa de endémicos e ainda não foi publicada a atualização da lista.
A inclusão de espécies de aves não nidificantes e potencialmente nidificantes acrescenta 325 taxa, registando-se um número total de 6489 taxa no meio terrestre açoriano.
Os animais são os mais diversos em endemismos, compreendendo cerca de 73% dos endemismos terrestres dos Açores. Os filos Mollusca (caracóis e lesmas) com 49 espécies e subespécies e os Arthropoda com 272 são os mais expressivos em termos de número de taxa.
Para a ilha do Pico o número de espécies e subespécies terrestres listadas é de 2286 (Fungi – 322, Protoctista – 141, Plantae – 901 e Animalia – 922) sendo 225 endémicas (Fungi – 10, Plantae – 65 e Animalia – 150).
Relativamente às plantas vasculares, a lista publicada para os Açores conta com 73 endemismos. Destas 61 estão listadas como ocorrendo na ilha do Pico. Destaca-se a espécie endémica desta ilha (esta espécie só tem distribuição na ilha do Pico mais propriamente na cratera da montanha do Pico): Silene uniflora ssp. Cratericola.
Relativamente aos animais e no que diz respeito ao grupo mais expressivo (Artropodes) dos 266 taxa endémicos, estão listados para o Pico 110 taxa. Contudo, recentemente foram descobertas 4 novas espécies de escaravelhos nos Açores. Duas dessas espécies encontram-se no Pico, a Tarphius furtadoi e a Tarphius gabrielae. Contudo, a Tarphius furtadoi também existe no Faial e em São Jorge. Todavia, a Tarphius gabrielae só ocorre no Pico sendo, portanto, endémica do Pico. Neste sentido, são implementadas várias medidas para conservação destes valores e que, por exemplo, a nível da Rede Regional de Áreas protegidas estão protegidas 123 áreas. Para gerir estas áreas foram criados 9 Parques Naturais de Ilha.
Relativamente ao Pico, e no que diz respeito ao Parque Natural da ilha do Pico estão protegidas 22 áreas, sendo 4 reservas naturais, 1 monumento natural, 8 áreas protegidas para a gestão de habitats ou espécies; 6 áreas de paisagem protegidas e 3 áreas protegidas para a gestão de recursos.
Sites a consultar:
– Relatório do Estado do Ambientehttp://rea.azores.gov.pt/reaa/11/conservacao-da-natureza-e-biodiversidade
– Portal da Biodiversidade http://azoresbioportal.uac.pt/pt/especies-dos-acores/silene-uniflora-cratericola-13412/