Desde setembro de 2017, que mais de metade de Portugal continental se encontra com valores de humidade no solo, muito abaixo do normal para a época. A situação agudizou-se pelo menos, até finais de fevereiro de 2018. Numa reportagem realizada à barragem de Idanha-a-Nova, no dia 17 de fevereiro de 2018, foi assustador o que encontramos. O nível da água, junto ao paredão da barragem encontrava-se cerca de 10 metros abaixo do seu nível normal para a época. Há já alguns anos que deixou de haver cultura do tabaco nas campinas da Idanha. Esta era considerada uma cultura que consumia muito da água armazenada na albufeira, pelo que era frequente no final do mês de agosto, inícios de setembro encontrar a cota abaixo no seu nível. Atualmente, a realidade é muito diferente. Jovens agricultores instalaram-se na campina da Idanha com o intuito de desenvolverem uma agricultura economicamente viável e ambientalmente sustentável. Tem-se feito uma grande aposta na cultura de frutos vermelhos, nomeadamente, mirtilos e framboesas. Estas e outras culturas dependem do regadio proporcionado pela albufeira da barragem da Idanha. A paisagem que a própria barragem proporciona como é o caso do turismo de natureza e cultural, nomeadamente a realização do Festival Boom são atividades de grande importância na economia local. Estas e outras razões são motivos de grande preocupação. Resta-nos a esperança de que os meses de março e de abril possam ser abundantes em precipitação e que o ditado popular de que “Em Abril águas mil” se concretize.
A agonia de uma barragem
Para se nascer são precisos 9 meses, em Portugal foram apenas precisos alguns meses consecutivos de valores de precipitação muito abaixo do normal para que muitas barragens entrassem em agonia.
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