Saem diariamente como capas de jornais, mundialmente lidos, as mais variadas notícias de desporto, política ou progresso tecnológico. Fala-se de inteligência virtual, de indústrias que dispensam a mão-de-obra humana, de automóveis independentes, ao ponto de permitirem ao seu suposto condutor trabalhar a caminho de casa, sem se dar conta que a viagem decorre. Ignora-se a velha história dos problemas ambientais, o velho ditado de que as consequências dos atos irresponsáveis da sociedade atual, para com o lar comum de todos os homens, sofrê-las-ão as gerações futuras.
Nota-se que, nos tempos que vivemos, existe uma forte tendência para se desvalorizar as questões relacionadas com a mãe
natureza. Constata-se, imparcialmente, o que se passa atualmente: o Homem e a capacidade racional que lhe está subjacente julga-se detentor de um poder superior ao da “máquina natural”. Engana-se, esquecendo-se que, enquanto espécie animal, é também ele um ser filho da mãe natureza, que teima em desdenhar.
De acordo com a National Geographic a produção em massa de plástico, que teve início há apenas seis décadas, cresceu tão rapidamente que criou 8,3 mil milhões de toneladas métricas — na sua maioria, relativa a produtos descartáveis que acabam por ir parar ao lixo.
Enquanto componente sintético significa um grande desafio para o mundo natural que demora cerca de 450 anos a digerir algumas gramas de plástico. Onde é que ficará este poluente? Nos nossos solos, nos nossos lençóis freáticos, nos nossos oceanos, nas costas mundiais., tornando-se um dos grandes problemas a resolver pela humanidade de acordo com os últimos estudos ambientais. Tal como relatado em vídeo pelo Biólogo e fotografo, Chris Jordan, nos seus trabalhos, Midway: Message from the Gyre” e “The Midway Film Project”, demonstrando algumas das consequências relativas ao plástico na vida animal.
A Humanidade esquece-se com facilidade que partilha o planeta com cerca de 7,6 biliões de seres da nossa espécie, que “inocentemente” deixa na valeta, excecionalmente, o pacote de bolachas: achando que não há mal nenhum.
Terá o Homem o direito de pôr em causa do que mais belo existe no mundo e inclusive a permanência de algumas espécies no planeta? São centenas as aves que, ao alimentarem-se instintivamente do que observam flutuar nos oceanos, ficam condenadas à morte, cujo processo seguinte de decomposição deixa à vista de qualquer interessado o que foi fatal para elas: a ingestão de plástico.
Poderá a única espécie racional do planeta ser, na sua generalidade, egoísta ao ponto de se considerar com o direito de limitar os recursos que lhe foram concedidos às gerações futuras? Não merecerão os nossos descendentes o direito ao ar puro, aos oceanos translúcidos, à agua potável. De acordo com os últimos estudos científicos todos estes recursos poderão estar em risco no futuro, será importante incutir na humanidade a importância pelo desenvolvimento sustentável.
Incompreensivelmente, pode-se verificar o “facilitismo” e a despreocupação pelo futuro como o maior culpado do grande abismo para o qual conduzimos o mundo. É, de facto, mais prático comprar uma embalagem cujo conteúdo se resuma a outras pequenas embalagens que, por fim, nos permitem desfrutar de um apetecível snack matinal, facilmente se constata esta ideia apenas observando as marcas de snacks mais vendidas nos supermercados.
Geralmente, denotando outra das características comuns a quase toda a espécie humana, lembramo-nos da importância do que temos quando o perdemos. Com a Natureza sucede-se exatamente o mesmo: valorizamos a mata portuguesa aquando da sua redução a cinzas, valorizamos o curso de um rio, quando após anos de desvios do seu leito que facilitavam a vida da sociedade, as suas margens transbordam e na água navega o trabalho de uma vida. Lembrar-nos-emos da importância do ar puro, da frescura da água de uma fonte, do conforto de uma sesta num campo verdejante, quando a nossa poluição nos obrigar ao uso de máscaras e a beber água submetida a tratamentos químicos, o que na realidade já acontece. Será de tal modo impossível a renovação dos hábitos mundiais, tendo em conta a tamanha perda natural que se avizinha em caso da permanência das ofensas ambientais que praticamos?
Trabalhos como os de Chris Jordan deverão continuar a ser divulgados por forma a informar a humanidade dos perigos dos seus exageros e começar a implementar o verdadeiro desenvolvimento sustentável.
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