Nos seres humanos existem dois tipos de melanina, protetor solar natural capaz de absorver e dissipar 50% a 75% das radiações UV, produzida nos melanócitos, células localizadas na epiderme: a eumelanina e a feomelanina.
A eumelanina possui uma cor castanha/preta e maior capacidade de protecção contra os raios UV, mas no entanto tem menor capacidade de sintetizar a vitamina D, já a feomelanina é mais clara, de cor vermelha/amarela e tem maior capacidade de absorção dos raios UV.
A espécie humana teve origem em África, próximo do equador, onde a intensidade das radiações UV é elevada durante todo o ano. O principal tipo de melanina nestas regiões é a eumelanina, pelo que os indivíduos que a possuíam em maior quantidade, por seleção natural, sobreviviam mais e sobretudo deixavam mais descendência, indivíduos de cor de pele mais escura.
No entanto, quando a espécie humana começou a sua expansão, colonizou outras partes do mundo onde a radiação UV é menos intensa. De facto, em algumas áreas da Ásia, da Europa e da América, a radiação UV incidente não é suficiente para produzir a quantidade necessária da vitamina D, sendo esta produção tanto menor quanto mais escuro for o tom de pele dos indivíduos. Por seleção natural, os indivíduos com cor de pele mais clara eram assim beneficiados, ao longo das gerações, os indivíduos com cor de pele mais clara terão deixado mais descendentes que herdavam o seu tom de pele claro, o que conduziu a despigmentação das populações nas regiões mais distantes da linha do equador.
Identificadas as pressões seletivas que afetaram a evolução da cor da pele nossa espécie devemos adequar os nossos comportamentos e estilo de vida às nossas caraterísticas. Assim, tento em conta o tipo de melanina presente no nosso tom de pele, as pessoas de pele mais escura (eumelanina) necessitam de ingerir mais alimentos ricos em vitamina D (presente essencialmente no peixe, nos ovos, no leite, etc.), já as pessoas de pele clara (feomelanina), sintetizam a vitamina D através das radiações UV, não necessitam ingerir estes alimentos para obterem vitamina D. No entanto necessitam de usar mais protector solar, caso contrário a exposição intensa às radiações UV (especialmente nas horas de maior calor, entre as 11:30 e as 16:30) pode provocar danos celulares, como alterações de ADN e a destruição de nutrientes essenciais à sobrevivência e reprodução dos indivíduos.
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