Dois dias de Rock in Rio-Lisboa 2012, duas perspectivas bastante diferentes em relação à preocupação deste festival em preservar o ambiente. À pergunta “O que acha que o Rock in Rio faz para proteger o ambiente?”, a maioria dos espectadores comuns referiu apenas a recolha de lixo. No entanto, como Jovens Repórteres para o Ambiente, tínhamos a consciência de que essa resposta era muito limitante para o impacte que um festival como este atinge. Como tal, tentámos procurar alguém mais observador e falámos com uma repórter da Rádio Renascença, Marta Ventura, que nos fez conhecer a sua opinião.
Pretendíamos assegurar que a comparação das duas ópticas fosse a mais justa possível e, por isso, fizémos as mesmas perguntas a todas as pessoas. A resposta da jornalista à primeira questão, enunciada acima, passou por vários pontos, como a sensibilização, a presença de contentores do lixo e “uma coisa muito interessante que estão a fazer este ano é a recolha de tampas de garrafas à porta para construir cadeiras de rodas”. Para além disso, foi também referida a tentativa de reduzir a pegada carbónica deste festival através da “plantação de 75 mil árvores até 2016”, numa parceria da Rádio Renascença com a Oryzon, num espaço onde ocorreu um incêndio recentemente. No entanto, tal como nos disse a jornalista, a maior parte das pessoas não tem conhecimento desta informação, apesar de ser anunciada na rádio e internet.
Contudo, para esta jornalista, nem sempre a disponibilidade de informação é sinónimo de mudanças comportamentais, uma vez que ainda há uma grande parcela da população que não recicla, sendo este um dos temas mais divulgados em prol do ambiente. Para além disso, nas palavras da repórter, “o povo português funciona bem com regras” e portanto sugeriu que se fizessem leis no sentido de tornar obrigatório reciclar os resíduos domésticos, “com multas para quem não cumprisse”.
De facto, desde que a problemática ambiental foi anunciada e divulgada, verificámos que a maioria dos entrevistados do RIR-Lisboa 2012 mudou os seus comportamentos do dia-a-dia, tanto na tentativa de reutilizar recursos como de poupar energia (esta última mais por causa da crise económica). Mas “reciclar o que consumimos é mais fácil do que não consumir” e quando perguntámos às pessoas “o que fariam se fossem donos do RIR para melhorar o ambiente?” todas as respostas foram “apostar na reciclagem” e não incidiram em “poupar energia”, à execpção de uma que apoiava a utilização de energias renováveis.
Assim, ficam as perguntas: será possível criar um espectáculo em que se aposte na redução ao invés da “remediação” do consumo de resíduos e energia? Poderemos dizer que fica o desafio?
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