Planeta Rolhinhas – O Ambiente na Rede Pinterest

As redes sociais e a curadoria de conteúdos podem ser um bom aliado do trabalho das escolas (também) sobre a temática ambiental. São ferramentas de uso simples, têm uma legião de fãs e evitam dispersão no acesso a informação relevante. Em vez de se lutar contra elas, talvez fosse melhor integrá-las no quotidiano escolar. O Trabalho de Projeto é um campo muito favorável para explorar todo o seu potencial e a rede Pinterest é um bom exemplo disso, tal como o "Planeta Rolhinhas".

As redes sociais e a curadoria de conteúdos podem ser um bom aliado do trabalho das escolas (também) sobre a temática ambiental. São ferramentas de uso simples, têm uma legião de fãs e evitam dispersão no acesso a informação relevante. Em vez de se lutar contra elas, talvez fosse melhor integrá-las no quotidiano escolar. O Trabalho de Projeto é um campo muito favorável para explorar todo o seu potencial e a rede Pinterest é um bom exemplo disso, tal como o “Planeta Rolhinhas”.

Na escola António Alves Amorim, Santa Maria da Feira, há uma boa dinâmica de trabalho relacionado com as questões ambientais: os projetos ligados ao ambiente têm sempre muito bom acolhimento, com muitas atividades ao longo do ano e uma forte adesão da comunidade escolar. As atividades são geralmente dinamizadas pelo clube “Visão Ecológica”, mas também pelo jornal escolar “O Rolhinhas”, dois clubes que trabalham, frequentemente, de forma coordenada e que têm desenvolvido projetos muito úteis não apenas no seio da comunidade escolar, mas também no âmbito da comunidade educativa. O “Planeta Rolhinhas” é um desses projetos.

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O projeto “Planeta Rolhinhas” (https://pt.pinterest.com/PlanetRolhinhas/) consiste num trabalho de curadoria de conteúdos e que usa a rede social Pinterest como espaço de recolha, organização, divulgação e partilha de recursos multimédia no âmbito da temática ambiental. Os recursos, variados, podem ser documentos, animações, vídeos, infográficos, páginas e portais, etc., e podem ser usados por todos os alunos e professores (não apenas da nossa escola), para a pesquisa, estudo e elaboração de trabalhos na área da ecologia, da sustentabilidade, energia, resíduos, biodiversidade e outros temas afins. logo pinterest

Este projeto, de certa forma inovador em ambiente escolar, tem, pelo menos, três grandes méritos: a criação de um arquivo dinâmico de excelentes recursos dedicados à temática do ambiente, acessível a todos (basta ter uma conta na rede Pinterest); a demonstração de que as redes sociais também podem ser aproveitadas pelos professores e pelas escolas como ótimos recursos pedagógicos; a introdução, junto dos alunos e dos professores, do conceito de curadoria de conteúdos como metodologia de trabalho que permite desenvolver conhecimentos acerca de um determinado tema, através da pesquisa, análise e seleção de informação relevante que, depois, é partilhada na rede.

Como referiu o professor Luís Cálix, responsável pelo “Planeta Rolhinhas”, “as redes sociais podem ser muito bem aproveitadas no trabalho escolar. Há ainda muitas resistências ao seu uso mas elas têm um elevado potencial pedagógico que pode funcionar a favor dos professores e dos alunos. O seu uso é fácil e está democratizado, os alunos gostam e, através delas, é possível criar poderosas redes dedicadas de comunicação que tornam muito mais fácil e objetivo o acesso a determinado tipo de informação. Foi esse o propósito da criação do “Planeta Rolhinhas”. A escolha pela rede Pinterest deveu-se ao facto de ser muito simples de operar, muito apelativa visualmente e, graficamente, ser muito “limpa”, o que leva a menos distrações.”

Sobre a curadoria de conteúdos, o professor Cálix fez uma analogia muito curiosa: “imagina um curador ou um conservador de um museu, um curador de arte. Ele tem a responsabilidade de selecionar obras, montar e zelar por uma determinada exposição de arte. Imagina, agora, que as obras de arte são, afinal, conteúdos sobre um determinado tema, por exemplo “Sustentabilidade”. O curador vai querer “expor” os melhores conteúdos (na sua ótica) e para isso ele tem que os pesquisar (as ferramentas de curadoria facilitam isso, através de palavras-chave bem escolhidas), analisar, selecionar e, então, publicá-los. O que ele publicar é, na verdade, “a sua cara”, “o seu portefólio”, mostra a forma como ele pensa, e isto é muito importante para a construção do seu próprio conhecimento. Além disso, é também um importante passo em direção à literacia mediática e à literacia digital, algo pelo qual todos devemos lutar, na escola.”

O “Planeta Rolhinhas” tem, neste momento, mais de 500 “pins” (“posts”), distribuídos por cinco álbuns: Biodiversidade, Eco Infográficos, Eco Vídeos e Animações, Alterações Climáticas e, Reutilidades. Mas podem-se criar tantos álbuns quantos se quiser. Os álbuns podem ser “seguidos” e também se pode seguir outros utilizadores, que tenham os mesmos interesses, o que alarga de sobremaneira o acesso a outros conteúdos.

Este é, sem dúvida, um projeto muito interessante pelo potencial que detêm, quer em termos internos – na comunidade escolar – quer na própria rede das Eco-escolas. Quem sabe quantas mais escolas se podem associar ao “Planeta Rolhinhas”? Quem sabe quantos mais planetas poderão nascer?