Já todos nós visitamos em diferentes fases de vida o delfinário do Jardim Zoológico de Lisboa, e sabemos que é impossível não ficarmos fascinados com a simpatia e a inteligência destes animais. O que muitos não sabem é que uma apresentação tão bem planeada como esta, envolve muito trabalho.
Para começar, todas estas apresentações são planeadas com um fim educativo e de sensibilização. Alertam-se os espectadores para as práticas necessárias para a preservação dos golfinhos no seu meio natural (como por exemplo, no estuário do Sado). Envolvem também inúmeras pesquisas a fim de satisfazer as necessidades básicas dos animais. Destacam-se os diferentes cuidados a nível alimentar e médico. A alimentação dos animais é feita toda à base de peixe; este peixe é pescado, congelado em alto mar, guardado e descongelado a frio. Toda a cozinha, incluindo utensílios, é lavada e desinfetada várias vezes ao dia. É imperativo que tudo esteja limpo e esterilizado, pois estes animais consomem o peixe cru e qualquer bactéria ou parasita pode ser prejudicial. Devido a algumas das suas características cerebrais, os golfinhos não podem ser sedados de forma a serem submetidos a cirurgias, portanto, os tratadores, recorrem ao tratamento de prevenção, isto é, frequentemente são feitas várias análises (ao sangue, urina, suco gástricos, etc.). Todas estas análises são feitas com a colaboração dos indivíduos, uma vez que estes são treinados de modo a facilitar a execução deste tipo tarefas.
Os treinos praticados, quer com os golfinhos, quer com os leões marinhos, aplicam sempre o princípio do reforço positivo. Este consiste na educação do animal compensando-o sempre que ele executa um comportamento corretamente (dando-lhe peixe ou afeto), e ignorando-o sempre que ele não se comporte devidamente. Os treinos são intercalados com apresentações, horas livres e momentos de pura interação entre treinador e o animal. Constrói-se assim uma enorme intimidade e cumplicidade entre os dois, e só esta relação de confiança é que permite a existência de momentos de partilha como os que podemos testemunhar nas apresentações, assim como nos tratamentos de prevenção. São também postas em prática um conjunto de procedimentos de enriquecimento ambiental ao nível cognitivo. São igualmente estimuladas as potencialidades físicas e cognitivas através de jogos, brincadeiras e alterações na sua rotina diária.
Em suma, só um profundo amor pelos animais e uma grande capacidade de sacrifício pela profissão é que tornam estes treinadores e tratadores tão competentes e tão capazes de nos proporcionar momentos de magia.
Grupo C: Miriam, Elisabete e Alessandro
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