Figura 1- Lince-Ibérico em caça. Foto de: João Pedro Costa
O enriquecimento ambiental, concebido por Bloomsmith, é fomentado através de cinco componentes, constituindo uma alternativa à recreação do seu habitat natural, o que contraria a visão do público em geral. Segundo Daniela Rato, educadora do Centro Pedagógico do Zoo de Lisboa, este projeto engloba vários contextos, os quais: social, físico, sensorial, alimentar e ocupacional. Estes fatores envolvem comportamentos solitários, exercícios regulares, despertamento de sensações, encontro de alimentos, e ocupação de tempos. Exemplo da aplicação desta doutrina é o comportamento do Lince-Ibérico que procura alimento, como forma de estimulo de vários sentidos. Os tratadores escondem a carne ao longo das instalações, omitindo o seu cheiro com ervas aromáticas, obrigando o Lince-Ibérico a procurá-la, da mesma forma que procura a sua presa no Montado.
De acordo com Fernando Pinto, tratador de felinos há vinte e oito anos, um dos casos de maior sucesso é o do casal de Leopardos-da-Pérsia, enviado para o Zoo de Lisboa em 2007. Devido ao enriquecimento ambiental aplicado nesta espécie, nasceram três ninhadas de leopardos, num total de nove crias, distríbuidas pelo Zoos de todo o mundo, permanecendo duas no de Lisboa. Devido a este resultado, a Rússia em parceria com o Zoo de Lisboa, propôs a reintegração desta espécie no seu habitat natural em Sotchi (Rússia) e como resultado o casal reproduziu-se, nascendo assim a Victória.
Posto estes casos de sucesso, em que se aplicou o enriquecimento ambiental e em conformidade com os dados apresentados pelo Jardim Zoológico de Lisboa, este encontra-se na quarta melhor posição da Europa e numa das melhores do mundo.
Portanto, ao contrário do que acontecia antigamente em que o principal objetivo dos Jardins Zoológicos era expor os animais, atualmente reproduzir os comportamentos naturais dos mesmos é o mais importante para o seu bem estar.
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