Um dos locais onde outrora apenas se avistava natureza transformou-se num parque industrial, ou seja, o ar puro deu lugar à poluição; belas sombras deram lugar a um ambiente descampado onde já não é possível avistar qualquer tipo de diversidade animal e vegetal. Por outro lado, há outras zonas desta localidade onde se observa que as áreas desflorestadas estão a transformar-se em áreas habitacionais, há aquelas em que a madeira das árvores serve para a exploração económica e há, ainda, a destruição de áreas florestais, agora destinadas à agricultura.
Sabe-se que a destruição das florestas conduz à “diminuição da produção de oxigénio, à diminuição da evapotranspiração e à diminuição da captação de dióxido de carbono da atmosfera”, o que interfere diretamente com os ciclos do oxigénio, da água e do carbono. Isto afeta o ecossistema e prejudica todos os seres vivos, incluindo o ser humano.
O abate de árvores e outras plantas, para criação de áreas para novas construções, agricultura e pecuária, prejudica a biodiversidade, a qualidade do solo e da água dos ecossistemas. Na verdade, e segundo o que foi possível apurar junto de alguns proprietários, não há muitas preocupações ambientais, mas antes preocupações económicas/ pessoais. Neste contexto, urge sensibilizar toda a sociedade para a importância da conservação dos ecossistemas aderindo à prática do desenvolvimento sustentável.
A Organização das Nações Unidas (ONU) desenhou um conjunto de objetivos de desenvolvimento sustentável que a humanidade deve alcançar até 2030, dois dos quais se enquadram nesta temática: “produção e consumo sustentáveis (garantir que as matérias-primas recolhidas dos ecossistemas para elaboração dos produtos que consumimos não danifiquem esses ecossistemas); proteger a vida terrestre (proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, (…) travar a desflorestação e a perda da biodiversidade”.
Assim, é fundamental o uso de medidas que possibilite extrair e usar os recursos dos ecossistemas, com benefícios sociais e económicos, sem prejudicar o equilíbrio dos mesmos. Uma gestão florestal sustentável visa a exploração e a utilização da madeira e a manutenção da floresta, ou seja, podem-se cortar algumas árvores, mas deixar que outras atinjam a maturidade. Os ramos e as folhas das árvores devem manter-se no solo para aumentar a matéria orgânica e a humidade deste.
Infelizmente, a conservação dos ecossistemas que pressupõe a aplicação de medidas para a sua proteção ou recuperação até ao seu estado original ou quase original, já não é possível em muitas das situações mencionadas e observadas nesta localidade. Uma freguesia com ecossistemas com comunidades bióticas maduras que se mantiveram estáveis ao longo de tantos anos, tem-se transformado num ecossistema em desequilíbrio por uma causa antrópica- a desflorestação.