A gestão de resíduos na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa é uma referência para as instituições de ensino superior, na gestão de resíduos em Portugal, devido às múltiplas categorias de resíduos que produz e considerando a forma proficiente como os gere.

REDE CAMPUS SUSTENTÁVEL

A Rede Campus Sustentável (RCS) é uma rede de cooperação entre membros das instituições de ensino superior (IES) nacionais para a implementação de princípios e a prática do desenvolvimento sustentável nas vertentes ambiental, social e económica, cujo objetivo é organizar eventos de partilha de conhecimentos e promover ações conjuntas sobre a sustentabilidade, contribuindo para uma sociedade mais saudável, sendo composta por vários grupos de trabalho, de entre os quais um dedicado à “Gestão de Resíduos”. Este grupo de trabalho pretende identificar ações nas fileiras de resíduos produzidos pelas IES, bem como identificar boas práticas através da partilha dos procedimentos e, através dessa partilha, melhorar os circuitos de gestão e reduzir tanto quanto possível a produção de resíduos nas instituições.

De acordo com Júlia Alves, coordenadora do Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e, até há pouco tempo, dinamizadora do grupo de trabalho de Gestão de Resíduos da RCS, já foi preenchido por múltiplas IES, um documento partilhado com a identificação dos circuitos de gestão e onde se partilham as principais dificuldades e desafios, de forma a promover-se um trabalho colaborativo e encontrar propostas de solução comuns.

Segundo a mesma fonte, algumas dificuldades encontradas na gestão de resíduos das IES foram as triagens incorretas, as baixas taxas de reciclagem, a falta de recursos humanos com formação para operacionalizar os diferentes fluxos, assim como o número e a localização dos contentores, estando em discussão proposta de solução, como por exemplo ações de sensibilização para a redução de resíduos e promoção de reciclagem, formação especifica e procedimentos escritos para os intervenientes, diminuição do número de contentores para resíduos indiferenciados, aumento dos contentores de recicláveis e a elaboração de caderno de encargos com cláusulas específicas.

GESTÃO DE RESÍDUOS

De acordo com a legislação, os resíduos podem ser classificados em várias categorias, de acordo com a sua origem. Dada a diversidade de atividades da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, são produzidos resíduos de diferentes tipos, com diferentes classificações, níveis de perigosidade e com diferentes necessidades de gestão. Os resíduos produzidos na faculdade podem ser classificados em duas tipologias:

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), sendo estes os resíduos domésticos ou outros semelhantes de consistência predominantemente sólida, em razão da sua natureza ou composição, nomeadamente os provenientes do sector de serviços ou de estabelecimentos comerciais e de unidades prestadoras de cuidados de saúde, desde que, em qualquer dos casos, a produção diária não exceda 1100 litros por produtor.

Resíduos Hospitalares (RH), resultantes da prestação de cuidados de saúde, bem como de atividades de ensino e investigação.

São considerados resíduos indiferenciados, todos os que não podem ser reutilizados ou reciclados, estes são separados como por exemplo, caixas com gordura, lixo orgânico, cerâmica, devendo ser colocados em sacos pretos. A recolha deste resíduo é feita pelo pessoal de limpeza, consoante o circuito definido pelo responsável pela Gestão de Resíduos da Unidade. O resíduo indiferenciado deverá ser colocado em sacos pretos e armazenados em contentores externos. A recolha final é feita pela Câmara Municipal, onde seguirá para incineração ou aterro sanitário.

Naquilo que diz respeito ao papel, este é completamente separado dos outros resíduos produzidos, nos locais de produção, e colocado em caixotes próprios devidamente identificados para o efeito. As embalagens são colocadas em ecopontos associados ao sistema trifluxo, em contentores de cor amarela, para depois serem recolhidas respetivamente pelo pessoal responsável pela limpeza. Para não haver contaminação destes materiais, deve-se evitar a mistura com resíduos de outras categorias. Este é um procedimento replicado para os restantes resíduos recicláveis, como seja o vidro. Tanto a recolha como o encaminhamento para o destino final ficam a cargo dos serviços camarários devido a ausência de um protocolo com qualquer outra entidade.

No que diz respeito aos resíduos hospitalares, estes são classificados em quatro grupos: I, II, III, IV. Os resíduos dos grupos I e II são acondicionados em sacos pretos, uma vez que não estão contaminados, tendo o mesmo percurso e destino final que os resíduos sólidos urbanos. Os resíduos dos grupos III e IV, são resíduos de origem biológica e química, colocados respetivamente em sacos de cor branca e cor vermelha e acondicionados em contentores, que posteriormente serão armazenados em locais de ventilação (natural ou forçada). A recolha para destino final é realizada por operador licenciado, após o preenchimento de guias de acompanhamento de resíduos.

Carla Araújo, Madalena Palhota, Denilson Rosa, João Rosado